Portanto da perspectiva da cristandade histórica, a doutrina wesleyana da perfeição cristã não é um provincianismo teológico. Ao fundir a justificação e a santificação, o pecado original e perfeição cristã, restaurou a mensagem do Novo Testamento à sua plenitude original. Pág.110.
[Wesley em
um sermão com o título A Videira de Deus,
disse:] “Frequentemente tem-se feita a observação de que poucos tem
desenvolvido uma idéia clara quanto a justificação e à santificação. Quem escreveu
mais habilmente sobre a justificação pela fé, que Martinho Lutero? E quem era
mais ignorante da doutrina da santificação, ou mais confundido em seus
conceitos sobre ela? ... Por outro lado, quantos escritores católicos
(Francisco Sales e Juan Castiniza, em particular) tem escrito categoricamente e
com fundamento bíblico sobre justificação e todavia desconheciam completamente
a natureza da justificação! Tanto assim que todo o corpo de teólogos no
Concílio de Trento... confundiu completamente a santificação e a justificação.
Mas atribuo a Deus o dar aos metodistas um conhecimento pleno e claro de ambos
e a ampla diferença entre as duas. pág.
111.
A doutrina
completamente desenvolvida por Wesley é postulada em seu livro Uma clara explicação da perfeição, que
foi publicada em 1766. Sua quarta edição, publicada em 1777, representa a
declaração definitiva de sua posição. Pág.
111.
Ao ler A Perfeição Cristã deve-se recordar que
aqui Wesley está delineando o progresso de
seu próprio pensamento e que as declarações das primeiras seções nem sempre
representam sua posição final. É na parte final do livro onde descobrimos a
compreensão madura de Wesley quanto à perfeição cristã.
O resumo de
onze pontos que Wesley oferece registrado, quase no final do livro, é uma
apresentação condensada da doutrina. Pág.
112.
Para Wesley,
o centro real da perfeição é o ágape –
o amor de Deus para o homem. Seu “foco ardente” é a expiação. “amor perdoador
está na raiz de toda ela”. Um dos versículos que Wesley cita com mais frequência
é essa frase de I João: “Nós O amamos, porque ele nos amou primeiro”. O amor de
Deus não é o amor prévio de Deus. Para Wesley – a santificação como a
justificação – é, do princípio ao fim, obra de Deus. A justificação é o que
Deus faz por nós, mediante o Cristo;
a santificação é o que Deus faz em nós,
mediante o Espírito Santo. “Tudo provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo” (2Co 5:18). Esse teocentrismo
definitivo e saturador livra sua doutrina da perfeição, de todas as tendências
místicas e humanísticas que se encontram na maioria dos enunciados católicos
dela.
Além do mais, Wesley venceu os
aspectos objetáveis da doutrina agostiniana do pecado original. Em sua obra Perfeição Cristã, Wesley afirma: “Adão
caiu e seu corpo incorruptível se tornou corruptível; e desde então é um peso
para a alma, estorvando suas operações”. Mas neste frase está inteiramente
ausente a idéia platônica de um corpo mau,
assim como a ênfase agostiniana na concupiscência, com sua identificação
concomitante da natureza humana e da natureza pecaminosa. Pág. 114.
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