terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Vinho na Bíblia - Parte I

Neste estudo será abordado o tema do Vinho na Bíblia de forma abarcante, examinando tanto Novo como Velho Testamento, e ainda examinando alguma declarações complexas, sendo este conteúdo apenas a primeira parte do estudo.


Introdução

A finalidade deste estudo é pesquisar no Livro Santo para saber o que ele tem a nos dizer sobre o uso do vinho.
Se a Bíblia não se pode contradizer em seus ensinos, como iremos harmonizar declarações aparentemente contraditórias como estas: o uso da vinho é uma maldição, o uso do vinho é uma bênção. Essa aparente contradição escriturística levou os editores de O Novo Dicionário da Bíblia a afirmarem: "Esses dois aspectos do vinho, seu emprego e seu abuso, seus benefícios e sua aceitação aos olhos de Deus e sua maldição estão entrelaçados na trama do Antigo Testamento de tal modo que o vinho pode alegrar o coração do homem (Sal. 104:15) ou pode fazer a mente errar (Isa. 28:7). O vinho pode ser associado ao regozijo (Ecl. 10:19) ou à ira (Isa. 5:11); pode ser usado para descobrir as vergonhas de Noé (Gên. 9:21) ou, nas mãos de Melquisedeque pode ser usado para honrar a Abraão (Gên. 14:18)."
Se estas duas possibilidades antagônicas provêm do vinho é fácil concluir que a Bíblia apresenta duas espécies distintas de vinho. A primeira espécie seria o vinho não fermentado, o puro suco de uva que pode ser uma bênção. A outra espécie é o vinho fermentado, intoxicante, causador de muitos problemas sociais como discórdia, miséria, destruição da vida, por isso vários escritores bíblicos o condenaram com veemência.
O que diz a Bíblia? O que dizem os exegetas e os comentaristas sobre este problema?

O Vinho no Velho Testamento

Três vocábulos distintos são empregados no Antigo Testamento para designar três espécies de vinho.
1º) Yayin – Gên. 9:21.
É o mais usado, porque aparece nada menos de 140 vezes. Esta palavra é empregada indistintamente sem considerar se o vinho é fermentado ou não.
2º) O segundo vocábulo é Tirôsh, empregado 38 vezes. Ao contrário da palavra anterior, esta indica que o vinho não é fermentado! Algumas vezes é traduzido como vinho novo ou "mosto". Deut. 12:17.
3º) Shekar é a terceira palavra usada. Tem a conotação negativa, normalmente é traduzida por bebida forte. Os escritores do Velho Testamento a empregam 23 vezes. Prov. 31:6 – "Dai bebida forte (shekar) aos que perecem, e vinho (yayin) aos amargurados de espírito."
Seria interessante saber que na Septuaginta (tradução do hebraico para o grego, feita por setenta sábios judeus) a palavra "oinos" foi empregada para traduzir as hebraicas Yayin e Tirôsh, mas nunca para shekar ou bebida forte.
O Seventh-day Adventist Bible Dictionary, pág, 1.150 declara com muita propriedade:
"Arão e seus filhos, os sacerdotes, foram estritamente proibidos de beber vinho ou bebida forte ao entrarem no tabernáculo para ministrar diante do Senhor (Lev. 10:9). Os nazireus eram igualmente proibidos de unir vinho enquanto estivessem debaixo do voto (Núm. 6:3, 20; confira Juízes 13:4-7). Os recabitas viveram um exemplo digno de nota de abstinência permanente do vinho, aderindo estritamente ao mandamento de seu ancestral, Jonadabe, para abster-se dele (Jer. 35:2, 5, 8, 14). O livro de Provérbios está repleto de advertências contra indulgência com o vinho e bebida forte (veja capítulos 20:1; 21:17; 23:30, 31; 31:4 etc.). O vinho zomba daqueles que o usam (cap. 20:1), e os recompensa com ais, dores, lutas e feridas sem causa (cap. 23:29, 30). 'No seu fim morderá como uma serpente, e picará como um basilisco' (v. 32). O profeta Isaías declarou: 'Ai dos que do heróis para beber vinho, e valentes para misturar bebida (Isa. 5:22). Daniel e seus compatriotas deram um digno exemplo pela recusa de beber o vinho do rei (Dan. 1:5, 8, 10-16). Ao jejuar posteriormente, Daniel absteve-se de carne e vinho (cap. 10:3)."
Não é possível terminar esta parte do comentário, sem enfatizar mais uma vez: existem no Velho Testamento as mais variadas advertências dos grandes perigos advindos do uso do vinho e bebidas fortes. Dentre estas advertências as que mais se agigantam são as apresentadas por Salomão no livro de Provérbios (20:1; 20, 21 e 30).
Vinho no Novo Testamento

As referências ao vinho nesta segunda parte da Bíblia são mais escassas do que as encontradas no Velho Testamento.
Os escritores do Novo Testamento também empregaram três vocábulos gregos, que podem ser traduzidos para a nossa língua por vinho: oinos; sikera; gleulos . Destas três a mais usada é oinos (aparece 36 vezes), tendo o mesmo sentido de Yayin no hebraico, e que na Septuaginta, como já vimos traduz também o hebraico Tirôsh. A palavra sikera aparece apenas uma vez em Luc. 1:15 – "João Batista não bebia vinho (oinos) nem bebida forte (sikera)." De modo idêntico o vocábulo gléukos só foi usado uma vez em Atos 2:13. Outros zombando diziam: "Estão cheios de mosto (gléukos)."
O principal problema no estudo do vinho é este: embora a 1íngua grega seja especialista em empregar palavras distintas para idéias diferentes, ela não possui uma palavra para vinho com álcool e outra para vinho sem álcool. O Novo Testamento emprega oinos tanto para o vinho fermentado como não fermentado.

O Vinho Usado por Jesus na Última Ceia

Podemos afirmar com certeza que o vinho usado por Jesus nesta ocasião não era fermentado. Esta afirmação é conclusiva da Bíblia pelo seguinte:
Na cerimônia da páscoa não devia haver fermento em nenhum compartimento da casa, desde que este é o símbolo do pecado. Se os pãos asmos não continham fermento como o próprio nome indica, é fácil concluir que o vinho também não podia conter fermento. A leitura das seguintes passagens nos levam a esta conclusão: Gên. 19:3; Êxodo 13:6-7; Lev. 23:5-8; Luc. 22:1. Tanto o vinho da ceia como o das bodas em Caná da Galiléia não era fermentado, porque Jesus jamais aceitaria partilhar daquilo que é tão fortemente condenado na Bíblia. Todas as igrejas cristãs tradicionais conservam o costume de usar o vinho sem fermento para simbolizar o sangue de Cristo, oferecido por nós na cruz, para remissão de nossos pecados.

Estudo de Duas Passagens

I. I Tim. 3: 8. – "Não inclinados a muito vinho."
Embora este conselho de Paulo seja difícil de ser explicado, se pensarmos bem sobre ele, e se o pesquisarmos em fontes sadias, concluiremos o seguinte:
O termo grego usado é oinos, empregado em O Novo Testamento, como já vimos, para o vinho fermentado e não fermentado. Se Paulo aqui se refere ao vinho fermentado, ele está em contradição com suas próprias declarações quanto ao cuidado do corpo (I Cor. 6:19 e 10: 31) e em oposição à orientação geral da Bíblia no tocante a bebidas intoxicantes (Prov. 20:1; 23:29-32; João 2:9). Como bem pondera o Comentário Adventista, se sua referência era ao uso do suco de uva não havia necessidade desta advertência.
Neste conselho Paulo adverte aqueles que exercem liderança dentro da comunidade cristã para não incorrerem neste vício, porque este os incapacitaria para o correto desempenho de sua tarefa.
Estas e outras passagens correlatas seriam bem compreendidas quando se pondera no seguinte: Deus deseja o nosso afastamento das bebidas com álcool, mas o ser humano, muitas vezes, se afasta desta orientação, daí a constante advertência dos mensageiros de Deus para que os seus filhos o evitem.

II. A Problemática Passagem de I Tim. 5:23.

Os defensores da abstinência total têm se preocupado muito com esta passagem. Se o verso de I Tim. 5:23 for analisado no seu contexto ele jamais deverá ser usado para liberar o uso do vinho fermentado.
The Interpreter's Bible, vol. XI, pág. 445 comentando este verso declara:
"Sendo que na ocasião o vinho era considerado como útil na medicina indicado na cura de uma variedade de doenças, a prática da abstinência total significa renúncia ao vinho não apenas como uma bebida, mas também como um remédio. Esta prática é prejudicial, diz o autor: Tendo Timóteo um estômago fraco ou por causa de suas freqüentes enfermidades, ele não devia hesitar em usar um pouco de vinho."
"O verso ilustra muito bem o senso comum, o ponto de vista moderado do autor. Ele não defende nenhum vinho como prazer. A religião é demasiado séria para isto. Mas quando ela chega a recusar remédio, ele traça-lhe um limite.''
O SDABC apresenta sobre esta passagem os seguintes esclarecimentos:
"Alguns comentaristas crêem que Paulo aqui defende o uso moderado de vinho fermentado para propósito medicinais. Chamam a atenção para o fato de que aquele vinho assim tem sido usado através dos séculos. Outros sustentam que Paulo se refere ao suco de uvas não fermentado, arrazoando que ele não daria conselho inconsistente com o resto das Escrituras, que advertem contra o uso de bebidas intoxicantes (veja Prov. 20: 1; 23: 29-32)." vol. VII, pág. 314.                                                                       O estudo da passagem de 1 Tim. 5: 23 nos leva à conclusão de que neste caso Paulo está tratando de um caso isolado e especial – um problema de doença. Em suas demais epístolas ele sempre defendeu total abstinência do vinho, como nos comprovam Rom. 14:21 – ". . . é bom não beber vinho..." Efésios 5:18 "... Não vos embriagueis com vinho. . ."
Não é justo alguém apoiar-se nesta passagem para defender o uso do vinho com álcool.
Do excelente folheto "Vinho", de autoria de Walter G. Borchers, destacamos estas judiciosas palavras concernentes a este verso:
"Os que querem beber vinho que contém álcool, não obstante a proibição bíblica, no seu desespero lançam mão, por último, de um só texto (eu diria dois, sendo o outro I Tim. 3:8), a saber, I Tim. 5:23. Mas, vamos ao texto. Descobriremos logo que o jovem pregador Timóteo, que conhecia as Sagradas Escrituras desde a sua infância, era um consciencioso e rigoroso abstêmio; também, que ele tinha a infelicidade de não andar bem de saúde, tendo estômago fraco e sofrendo freqüentes indisposições; e que S. Paulo lhe aconselhou o uso de um pouco de vinho, como remédio, por causa dessas suas enfermidades.
"Se olhássemos para o texto pelo prisma dos apologistas do vinho, diríamos: parece que Paulo, como algumas pessoas de hoje, que não acompanham a ciência moderna, pensava que o uso de 'um pouco de vinho', como remédio, embora fermentado, talvez fizesse bem.
"Notemos, porém, que o termo 'oinos', usado neste texto, sendo empregado, às vezes, no sentido de vinho doce, não diz com clareza se era vinho novo e doce ou fermentado, o que Timóteo devia usar; mas mesmo que fosse vinho fermentado, existe muita diferença entre o uso de um pouco, no caso de doença, e o beber vinho fermentado de preferência ao novo e doce, sob uma infinidade de pretextos fúteis, desprezando assim a Palavra de Deus, que, no Velho Testamento, proíbe, em 134 textos diferentes, o uso do vinho fermentado, e, no Novo Testamento, coloca na categoria de libertinos, idólatras, maldizentes, adúlteros, ladrões e assassinos, os bebedores de vinho dessa qualidade (I Cor. 6:9 e 10; Gál. 5:19-21; etc., etc.), deixando bem claro que os bêbados não herdarão o reino de Deus." – págs. 9 e 10.

Para ler a segunda parte e final do estudo, basta clicar aqui

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

As Curvas Femininas Agem como Droga no Cérebro Masculino

Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira sugere que os efeitos causados pelas curvas das mulheres no cérebro dos homens é similar ao causado pelo consumo de álcool ou drogas. De acordo com o estudo, olhar uma mulher de formas exuberantes ativa uma área associada ao sentimento de recompensa, mesmo local atingido quando submetido a ação de substâncias químicas. As conclusões dos cientistas explicam o motivo pelo qual mulheres como Jennifer Lopez e Beyoncé são consideradas sexy. Os especialistas também acreditam que essa pode ser a razão da preocupação dos homens com a pornografia.

Os pesquisadores utilizaram 14 homens de, aproximadamente, 25 anos no experimento. O teste envolveu a exibição de fotos de sete mulheres nuas, cuja gordura foi distribuída digitalmente em lugares estratégicos, como na região do quadril. Durante a análise foram realizadas tomografias dos cérebros. Esses exames mostraram que as alterações propositais ativaram uma área ligada ao sentimento de recompensa, incluindo regiões também afetadas pela drogas e pelo álcool.

Segundo os cientistas, as curvas das mulheres estão diretamente associadas a fertilidade, a geração de filhos saudáveis e a menor incidência de doenças. “Os resultados indicam que a figura da mulher com o ‘corpo de violão’ ativa áreas cerebrais que dirigem a atenção do homem a garotas com potencial de serem boas parceiras de reprodução”, publicaram os pesquisadores na revista especializada PLoS.

Isso explica por que as características são populares em todas as culturas do mundo. Steven Platek, neurocientista e especialista em evolução cognitiva da Universidade Georgia Gwinnett, na Georgia, Estados Unidos, afirmou que esses descobrimentos podem explicar o vício em pornografia e outras desordens similares, como disfunção erétil ou ausência de libido. “Os resultados também podem ajudar a ciência a entender a infidelidade sexual”, completou o médico.

Os cientistas também disseram que as mudanças no índice de massa corpórea somente ativam áreas associadas a apreciação visual. Isso significa que para o cérebro masculino as gordurinhas extras, eterna preocupação das mulheres, nada tâm a ver com a sensualidade.

(Veja)
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-tecnologia/curvas-mulheres-causam-mesmo-efeito-alcool-drogas-homens-535622.shtml

Nota: Veja o que Michelson Borges comentou em seu blog Criacionismo sobre a notícia: Se partirmos da cosmovisão criacionista, podemos interpretar esses dados como indicativos de uma criação planejada. Deus criou homem e mulher com atração um pelo outro, e isso é perfeitamente normal e esperado (o que foge disso é que é “estranho”). Só que para tudo o que Deus cria, o inimigo dEle desenvolve uma contrafação. Deus criou o sexo como culminação de um relacionamento de amor e compromisso, no contexto do matrimônio; o diabo criou o sexo livre/casual. Deus criou a mulher bela e sensual para seu marido; o diabo criou a pornografia e transformou a mulher em objeto. Deus criou os instintos para serem regidos pela razão; Satanás inverteu essa ordem (C. S. Lewis compara os instintos ao piano: "Ele não tem dois tipos de teclas: as 'certas' e as 'erradas'. Cada nota será certa ou errada dependendo do momento" [Um Ano com C. S. Lewis, p. 70]). Com base nessa pesquisa sobre o efeito das curvas femininas no cérebro masculino, podemos concluir que, se o homem contemplar apenas as curvas da sua mulher, ficará “viciado” apenas nela. E essa informação serve de alerta também às mulheres que se preocupam com sua dignidade: o vestuário delas não deve supervalorizar suas formas. Se cuidarem desse aspecto, elas estarão ajudando os homens com os quais entrarão em contato e estarão se preservando para o marido.

sábado, 27 de novembro de 2010

Médico e Inventor - J. H. Kellogg

Você provavelmente reconhece o nome Kellogg das caixas de cereal. Mas, você sabia que John Harvey Kellogg, o co-inventor dos cereais matinais, era também um famoso cirurgião e médico?
Ele e seu irmão, Will, estavam tentando criar alimentos saudáveis para seus pacientes quando acidentalmente descobriram como fazer flocos de cereais. Os flocos se tornaram tão populares que eles fundaram a Sanitas Company. Mais tarde, Will criou seu próprio negócio, e a Companhia Kellogg, como ficou conhecida, tornou-se a principal produtora de flocos de cereais do mundo.
John Harvey Kellogg nasceu em 1852, em Tyrone, Nova Iorque. Sua família mudou-se para Battle Creek, Michigan, quando ele era pequeno, e lá ele cresceu juntamente com seus 15 irmãos e irmãs. Quando garoto, teve que trabalhar duro e com dez anos já ajudava na fábrica de vassouras de seu pai. Após completar o ensino médio em um ano, tornou-se professor de uma escola pública aos 16 anos.

Tiago e Ellen White o encorajaram a estudar medicina, e ajudaram a pagar pelos seus estudos. Ele completou um curso de medicina de dois anos e foi escolhido para cuidar do Health Reform Institute (Instituto de Reforma de Saúde), que havia sido criado pelos adventistas.

Sob sua direção, o instituto se tornou o Sanatório de Battle Creek, uma instituição de saúde muito bem sucedida e altamente reconhecida. Alguns ricos e famosos já se trataram lá, como J. C. Penney, Montgomery Ward, John D. Rockefeller, Thomas Edison, Booker T. Washington, Amelia Earhart e Warren G. Harding, que mais tarde se tornou presidente dos Estados Unidos.

O Dr. Kellogg fez muito para promover o estilo de vida saudável. Durante toda a sua vida adulta ele ensinou as pessoas sobre a importância de uma boa alimentação, exercício físico, repouso e ar fresco. Ele foi um incrível cirurgião, realizando mais de 22 mil cirurgias! Alguns de seus inventos estão em exposição na Adventist Heritage Village (Vila da Herança Adventista), nos Estados Unidos, incluindo um aparelho de ginástica que funcionava parecido com um touro mecânico. Flocos de cereais e alguns alimentos à base de nozes e castanhas estão dentre seus feitos.

Infelizmente, o Dr. Kellogg começou a ter algumas desavenças com os líderes da IASD sobre como dirigir instituições médicas. Ele também promoveu alguns estranhos ensinos panteístas, dizendo que Deus estava e era todas as coisas. Ellen White enviou a ele muitas mensagens de advertência, mas ele as ignorou e acabou deixando a Igreja Adventista. Como Ellen White escreveu, durante os mais de 30 anos em que trabalhou para a igreja, ele “ocupou a posição de liderança no trabalho médico conduzido pelos adventistas do sétimo dia”.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Pianista Invisível

Imagine uma família de camundongos que tenha vivido toda sua vida em um grande piano. A eles, no mundo de seu piano, vinha a música do instrumento, enchendo todos os lugares escuros com som e harmonia. Primeiramente os camundongos ficaram impressionados. Eles extraíam conforto e admiração do pensamento de que havia Alguém que produzia tal música – embora invisível – e acima, contudo, perto deles. Eles gostavam de pensar no Grande Pianista que eles não podiam ver.

Então, um dia, um destemido camundongo resolveu subir na parte superior do piano e retornou cheio de idéias. Ele tinha descoberto como a música era produzida. As cordas eram o segredo – cordas firmemente esticadas com tamanhos graduados as quais tremiam e vibravam. Eles deviam agora fazer uma revisão de suas velhas crenças; ninguém, a não ser os mais conservadores, poderia crer mais no Pianista Invisível.

Mais tarde, outro explorador conduziu a explicação mais adiante. Martelos eram agora o segredo, um número de martelos dançando e saltando sobre as cordas. Esta era uma teoria um pouco mais complicada, mas tudo demonstrava que eles viviam em um mundo puramente mecânico e matemático. O Pianista Invisível passou a ser considerado um mito.

Mas o Pianista continuou a tocar.


Nota: Esta História ilustra muito bem o que o apóstolo Paulo escreveu:

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Romanos 1:20-21.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A evolução planejada do Super Mário

         E se personagens de videogames evoluíssem como seres vivos, sobrevivendo e se reproduzindo somente os que sabem “jogar” melhor? A reposta está no projeto “The Mario Genome” (O genoma do Mário), em que vários “espécimes” de Mário tentam passar sozinhos de uma fase, sem qualquer comando do usuário [mas quem programou os Mários?]. Para isso, os controles de cada Mário são definidos por computador e “evoluem” usando um algoritmo genético, que reproduz a mesma lógica proposta por Darwin para a seleção natural. Para continuar a ler clique aqui

Consciência

REGULANDO A CONSCIÊNCIA

Certo escritor americano nos relata algo de sua observação de grandes navios de carreira, numa pequena enseada do Rio Clyde, onde são construídos os maiores navios do mundo. O visitante se surpreende vendo em lugar tão pequeno grandes navios, cargueiros e veleiros de toda espécie, aparentemente perdendo tempo ali. Se indagar a respeito, porém, ficará sabendo que ali se encontram, com o fim de regularem as suas bússolas. 
Aquela enseada é estreitíssima – demasiadamente estreita para nela se movimentarem aqueles gigantes dos mares. É circundada, contudo, por altas colinas que protegem as águas contra os ventos. Por isso ali as águas são muito tranqüilas, sendo o local ideal para a regulagem da bússola. Em meio de ondas encapeladas, sendo o navio agitado pelos ventos em mar aberto ou mesmo em portos, onde não há perfeita quietude, seria impossível à bússola ser ajustada, por isso os navios são levados para aquele local para essa delicada operação.
Assim ocorre em nossa vida, Não podemos ter a nossa consciência devidamente regulada quando estamos em lugar inadequado, agitados pelos ventos das idéias e opiniões. Somente quando estamos no lugar calmo, nas águas sossegadas, em comunhão com Deus em oração e estudo, é que a nossa consciência pode ser regulada, ajustada e habilitada a empreender a viagem da vida mesmo em meio das tempestades que nos assolam.

O  DESPERTAR  DA  CONSCIÊNCIA
 O Rei Ricardo I, da Inglaterra, em sua viagem para a Terra Santa, foi aprisionado e lançado numa masmorra desconhecida. Tinha um trovador muito amigo, chamado Blondek, que ficou sabendo que seu rei fora levado cativo para uma prisão de um castelo entre as florestas das montanhas. Dirigiu-se para lá, empregando-se para cantar. Percorreu de um a um os castelos existentes, cantando sempre algumas árias muito conhecidas do rei diante das grades dos calabouços, até que, de uma feita, a melodia cá de fora foi ouvida pelo rei lá dentro. Desta descoberta resultou a libertação do Rei Ricardo I e sua restauração ao trono.
Assim a consciência que tenha sido aprisionada pelo pecado poderá ser acordada pela música divina da Mensagem e libertada pela iluminação da Palavra de Deus.

 Adaptado de 6.000 Sermon Illustrations.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Educação

Educação é o processo de descobrirmos a nossa própria ignorância.

 O alvo principal da educação não é o de tornar os alunos dependentes do professor, mas de prepará-los para se auto educarem durante as suas vidas.

 A motivação é o que dá a eles a partida. Mas é o hábito o que faz com que eles continuem funcionando.

Nós podemos ensinar um aluno uma lição a cada dia, mas se despertarmos nele a curiosidade, ele continuará aprendendo enquanto viver.

 A educação molda o caráter dos alunos. Portanto, estudando as origens encontraremos respostas sobre nós mesmos, sobre a nossa origem, sobre o nosso passado... sobre a nossa identidade. Um estudo que mostre uma origem não verdadeira, produzirá um caráter deformado nos alunos, os quais carregarão essas deformidades consigo para o futuro.

 Como já disse o Dr. Howard G. Hendricks:

“Embora um professor não possa ensinar aquilo que ele não conhece, ele pode inspirar os alunos a aprender aquilo que ele não sabe.”

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carta de Deus

Oi,
Como você acordou esta manhã?
Eu vi você e esperei pensando que você falaria comigo, mesmo que fosse apenas umas poucas palavras, querendo saber minha opinião sobre alguma coisa ou mesmo me agradecendo por algo bom que aconteceu em sua vida ontem.
Mas eu notei que você estava muito ocupado tentando encontrar uma roupa que ficasse boa em você para ir ao trabalho.
Então, eu esperei mais uma vez. Quando você correu pela casa de um lado para o outro já pronto, eu sabia eu estava lá. Seriam certamente poucos minutos para você parar e dizer algo, mas você estava realmente ocupado.
Mas por um momento você pensou que tinha que esperar 15 minutos e gastou este tempo sentado numa cadeira fazendo nada, apenas sentado.
Então, eu vi você se mexer rapidamente olhando para seus pés que se movimentavam, e eu pensei que você queria falar comigo, mas você correu para o telefone e ligou para um amigo para contar as últimas fofocas.
Eu vi quando você foi ao trabalho, e eu esperei pacientemente o dia inteiro.
Com todas as suas atividades, eu achei que você estaria realmente muito ocupado para dizer-se alguma coisa.
Eu notei que você antes do almoço olhou ao seu redor, talvez você se sentiu sem jeito ou com vergonha de falar comigo, isto é, porque você não inclinou sua cabeça. Você procurou observar 3 ou 4 mesas e notou alguns de seus amigos falando comigo brevemente antes deles começarem a comer, mas você não falou comigo.
Tudo bem! Ainda existe mais tempo que sobrará hoje, e eu tenho esperança que você irá ainda falar comigo. Mas você foi para casa e pareciam que tinha muitas e muitas coisas para fazer ainda hoje. Depois de você ter terminado algumas delas, você ligou a televisão.
Eu não sei você não gosta de ver ou não televisão, mas apenas de estar lá assistindo, você gastou muito de seu tempo, quase o todo o seu tempo em frente da TV, não pensando em nada mais, apenas curtindo o programa.
Eu esperei pacientemente outra vez enquanto você estava assistindo TV e comeu a comida, mas, mais uma vez você não falou comigo. Hora de ir para cama, hora de dormir... Eu acho que você deve estar muito cansado. Depois você deu boa noite para a sua família, pulou na sua cama, caiu no sono e dormiu rapidamente. Tudo bem, ok, porque talvez você não saiba que eu sempre estou lá com você, sempre do seu lado para você.
Eu tenho muita paciência, muito mais do que você pode imaginar.
Eu mesmo, quero ensinar para você como ser paciente com as outras pessoas e como ser bom. Eu amo tanto você que eu espero todos os dias eu espero um sinal seu, um simples inclinar de cabeça, uma oração, um pensamento ou um agradecimento por parte de seu coração.
Sabe, é muito difícil em uma conversa só existir um lado, só um conversar.
Bom, você vai se levantar outra vez para um novo dia, e mais uma vez, e mais outra vez, e outra vez e serão muitas vezes ainda que eu estarei lá talvez esperando por nada, mas com muito amor para você, esperando que hoje possa me dar alguma atenção, um pouco de seu
TEMPO.

Tenha um bom dia!


Seu sempre amigo,

Deus.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Há Embasamento Bíblico para o Divórcio e Novo Casamento? - Parte Final

Continuação e Parte Final do artigo sobre divórico e novo casamento, caso o amigo internauta não tenha visto a primeira parte clique aqui.

5)         Um único marido por toda uma vida, essa é a afirmação da Bíblia, pois, fala que a mulher está ligada a seu marido em quanto viver (pois é um contrato vitalício, Romanos 7:2-3), uma possibilidade, no caso, para se ter um segundo marido, é de escolha da pessoa, de na viuvez se casar de novo. Quanto à exceção de Mateus 19:9 é um caso a parte: era como um seguro que o noivo tinha contra uma possível enganação por parte da moça quanto à sua virgindade, o qual anularia os votos naquelas circunstâncias. Porém, se o noivo já tinha aceitado a não-virgindade da moça, não havia motivo para a anulação, pois já era caso conhecido, apenas se fosse desconhecido o fato pelo noivo é que seria feita a anulação. Devemos nunca se esquecer que Deus odeia o divórcio (Malaquias 2:16). Isto é testificado por Deus já no Antigo Testamento (neste texto, no caso, mostra o verdadeiro plano de Deus), acaso Jesus ia se contradizer aceitando a dureza do coração dos homens no tempo da Restauração de todas as coisas?

6)         Quando o Apóstolo Paulo fala sobre o assunto do casamento, na Carta aos Romanos, e na dos Coríntios, ele não limita os seus conselhos inspirados apenas a um caso, pois serviriam universalmente para os Filhos de Deus, sendo que o silêncio dele ao tratar dos detalhes das circunstâncias, mostra que se aplicam às várias circunstâncias. Paulo não se refere há um caso que houve infidelidade por parte do marido, e nem se refere a uma mulher que quer se separar por motivos seculares; ele não limita o texto inspirado a nenhum dos casos, mas para ambos, e também a outras circunstâncias especiais. Analisando a exegese do texto, fica claro que Paulo queria fechar a porta a qualquer motivo de separação e novo casamento.
           
7)        A reconciliação com o primeiro marido deve acontecer, mesmo que a mulher esteja em seu segundo casamento, ou que fique só. Também deve ser levado em consideração, que apesar de a pessoa ter se separado em “tempos de ignorância”, ela agora em arrependimento vai desfazer o mal feito, como o ladrão que roubava, deixa de roubar, ou devolve seu dinheiro ilícito; tal como é dito no artigo já citado:
Se essas duas pessoas se converteram, elas têm a obrigação de parar de cometer adultério continuado. A doutrina do arrependimento (Grego: metanoeo) diz que acontece uma mudança de mente, atitude e de comportamento quando uma pessoa é verdadeiramente salva.
Além do mais, convenhamos que o termo “tempos de ignorância” nem se aplica, pois os casais dos países da cristandade, já tinham o conhecimento de que era apenas um casamento por toda a vida, e até que a morte os separassem, quando se casaram. Isso não é uma verdade peculiar nossa, há conhecimento disso lá fora, antes de terem vindo para o remanescente fiel. Quando se apela para a emoção neste assunto, achei muito sensata a resposta do autor do artigo já citado, intitulado “Divórcio e Novo Casamento é o mesmo que adultério continuado”:
Pergunta: “O segundo casamento não deve ser desfeito porque os filhos dessa união fruto do divórcio e recasamento não merecem sofrer (1 Co. 7:10-11).”
“Resposta: Errado! Em primeiro lugar, esse argumento é um tiro pela culatra porque se houver filhos do legítimo casamento (primeiro), eles é que não deveriam sofrer! A questão, todavia, não é quem merece ou não merece sofrer, pois quando há divórcio sempre há sofrimento. A questão é o que a Bíblia ensina: Divórcio e novo casamento é adultério. Em segundo lugar, o relacionamento marido-mulher (eles são uma só carne até a morte) é sempre a prioridade. Em terceiro lugar, nada justifica uma situação de adultério continuado nem mesmo o sofrimento de filhos dessa união. Deve-se destacar que a responsabilidade dos pais permanecem”.
Há um argumento neste ponto da reconciliação com o primeiro marido. Esse fala que não era permitido voltar ao primeiro marido no tempo de Moisés, pois a mulher estava contaminada, e disso conclui que não se deve, hoje, se reconciliar com o primeiro marido, se houve segundo casamento (Deuteronômio 24). Porém, sabemos muito bem, que no tempo de Moisés era tempo de permissão, e não de restauração como é hoje, pois, se for assim, é necessário também nos adequarmos a outras ordenanças tais como: olho por olho, dente por dente, e não amar ao inimigo. Não há como aplicar aquele texto para nós, a menos que se conclua que é tempo de permissão hoje. Devemos ser criteriosos nos argumentos, senão, iremos concluir que a Bíblia está em contradição; devemos entender o Plano (Original), Permissão (Temporária) e Restauração (Final) de Deus (Atos 3:19-21), senão cairemos em engano.
Além disso, chamo à atenção os primeiros quatro versos de Deuteronômio 24 que, enquanto o divórcio é garantido, ainda assim a mulher divorciada torna-se “contaminada” por seu novo casamento (verso 4). Pode muito bem ser que, quando os fariseus perguntaram a Jesus se o divórcio era legítimo, ele baseou sua resposta negativa não somente na intenção de Deus expressa em Gênesis 1.27 e 2.24, mas também em Deuteronômio 24.4, em que o novo casamento pós-divórcio contamina a pessoa. Em outras palavras, existiam várias pistas na lei civil mosaica de que a concessão do divórcio era baseada na dureza do coração humano, e realmente (efetivamente) não tornavam o divórcio e o novo casamento legítimos (perante Deus). Quanto a uma pessoa solteira que casa com uma divorciada, o voto matrimonial não foi selado (confirmado por Deus), pois a parte divorciada não estava livre de seu primeiro voto, tornando portanto este voto matrimonial inválido. A pessoa solteira está livre do voto de casamento (pois este foi um voto nulo; sem efeito ou valor), apesar de que durante este tempo estivesse vivendo em fornicação. Já a parte divorciada está vivendo em adultério continuado. Sendo que o segundo casamento não valeu, a mulher divorciada não tem dois homens, e não se casou duas vezes – coisa proibida por Deus.

8)         O voto matrimonial é feito para valer dali em diante até que a morte os separe, porém há uma cláusula de exceção: havia uma segurança para o noivo, justamente por ele, na sua inocência, não desconfiando da noiva, viesse a ser enganado casando com uma moça que tinha perdido a virgindade. Um caso a parte como já disse.  Interessante notar que há alguns intérpretes que não fazem nem ligação com depois do casamento a cláusula de exceção, mas sim antes, veja: o autor Pedro de Almeida, da obra que foi citada durante o artigo, não faz a ligação de Mateus com Deuteronômio 22 que fala que mesmo depois de casado, por não encontrar virgem a moça, o homem poderia se separar; ele entende que se aplicava o texto apenas a antes do casamento, como é o caso de José e Maria. Para mim este é um equívoco do autor, pois Jesus queria dar esta segurança ao noivo mesmo depois de casado (tal como em Deuteronômio 22). Devemos também levar em conta a importância que se tinha pela virgindade da moça, e isto, não apenas para a cultura da época, mas também para Deus.  

9)         Quanto ao voto matrimonial gostaria de citar novamente o artigo sobre o divórcio: “O voto mais antigo é que tem que ser mantido! ... Não se pode fazer um novo voto, contrariando (Rom. 1:31 diz sobre os réprobos: "infiéis nos contratos") o primeiro voto! ... Consequentemente, esse voto tolo (ver um voto abominável em Jer. 44:25) do recasamento, é pecaminoso e uma afronta contra Deus. Ele não tem valor algum, e deve ser quebrado imediatamente para não se continuar em adultério. Esse segundo casamento nada vale diante de Deus, pois é considerado adultério. Se os homens o consideram erradamente de casamento, e um "divórcio" de acordo com as leis humanas é necessário para cancelá-lo, isso não viola 1 Co. 6:1-8, pois uma situação pecaminosa (que nunca deveria ter ocorrido em primeiro lugar) está sendo corrigida e não criada.

10)       Deus traçou um plano para a raça humana, e o havia sido dito para os patriarcas da fé, porém, no tempo de Moisés por causa da dureza de coração foi um tempo de permissões (temporárias), e adaptações da verdade de Deus, sendo como ensinos de vingadores, olho por olho, de pena de morte etc. Muitas vezes sem levarem em consideração a misericórdia, mas apenas baseado na justiça e na dureza do coração. Nunca saberemos ou entederemos totalmente neste mundo por que motivo Deus tolerou certos pecados; porém, é compreensível que pela constante incredulidade de Seu povo, Ele em Sua infinita sabedoria para não exterminar todo o povo (quantas rebeliões fariam eles se fosse exigido tudo?) tolerou eles, para que mesmo em meio à incredulidade, floresce-se  a justiça e misericórdia, para que houvessem homens reformadores que pregariam a verdade de Deus. O Senhor quer que O obedeçam, porém, somente se for o que nosso coração deseja.                                 
           Quando formos estudar o assunto do divórcio e novo casamento, não podemos nos basear no Velho Testamento em geral, especificadamente nas leis de Moisés que foram adaptações falhas do plano de Deus, porém, mesmo no Antigo Testamento vemos o Senhor dos exércitos contra o divórcio (Malaquias 2:16), mostrando assim a pecaminosidade de seu povo no costume de se divorciarem. O Plano de Deus para a Restauração de todas as coisas está no Novo Testamento: lá podemos encontrar o que Deus pensa sobre o assunto do casamento sem permissões dadas temporariamente por causa da dureza do coração. Com efeito, Jesus aponta para antes de Moisés, para a Criação quando tudo era perfeito, e fala que essa deve ser a norma.
Que Deus seja engrandecido em todo estudo que houver de Sua Palavra, e não de nenhum de nós, seus servos, aprendendo cada dia como obedecer a Ele por amor.

APÊNDICE

Pornéia = Fornicação.
Esta é a tradução de João Ferreira de Almeida e diversos outros tradutores. Na Septuaginta (Versão em grego do Antigo Testamento), o texto de Deuteronômio 22 (não só este texto, bem como muitos outros), que fala da fornicação da moça, é traduzido do hebraico como sendo pornéia, sendo esta versão dos 70 eruditos judeus uma das mais tradicionais traduções da Bíblia. Assim reafirmando o paralelo entre Deuteronômio 22, e as palavras de Jesus em Mateus 19:9.

Um dos textos mais esclarecedores quanto ao significado de pornéia, é este: “Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez. Vós fazeis as obras de vosso pai. Replicaram-lhe eles: Nós não somos nascidos de fornicação; temos um Pai, que é Deus.” João 8:40-41 (ver também I Coríntios 5:1 e 10; 7:2; Judas 1:7; etc.).  Fica claro o significado da palavra pornéia no episódio de Maria, sendo que a acusação que faziam era referente a fornicação; e posteriormente Jesus foi chamado levianamente também pelos incrédulos de filho de fornicação, sendo sempre este o significado de pornéia na Bíblia.

Fornicação e adultério as duas palavras juntas nos textos abaixo caracterizando uma diferença confira:

 I Coríntios 6:9 e 18; Apocalipse 21:8; Mateus 15:19; Marcos 7:21 etc.

Para os que insistem que a exegese feita neste estudo para com o sentido da palavra “fornicação” é equivocada, há especialistas nesta área que atestam a favor, apesar de que obviamente há outros que discordem delas. Veja o que dizem algumas autoridades advogando a favor de um sentido estrito, preciso, para a palavra em questão:

“[Fornicação é:] Relação sexual ilícita por parte de uma pessoa não casada” Webster’s New Collegiate Dictionary.

“Como a palavra fornicação nada mais significa que a união ilícita de pessoas não casadas, não pode ser empregada aqui (Mateus 5:32) com propriedade, quando se fala dos que são casadosClarke’s Commentary.

“Neste sentido os fornicários (pornoi) se distinguem dos adúlteros (moichoi) como em I Coríntios 6:9”. Baker’s Dictinary of Theology.

domingo, 21 de novembro de 2010

Há Embasamento Bíblico para o Divórcio e Novo Casamento? - Parte I

No estudo a seguir, é tida uma argumentação baseada em diversas considerações sobre o tema, divididas em 10 tópicos. Sem conter muitas vezes explicações contextuais, é feita a argumentação de forma sucinta; demonstrando assim o que as Escrituras ensinam sobre o tema, e de ordem mais específica uma breve análise da palavra fornicação.  

O estudo será divido em duas partes, e assim sendo, será publicada posteriormente a Parte Final.

O estudo começa diretamente analisando o episódio bíblico que diz que José era marido de Maria quando esta descobre estar grávida, mas também diz estar Maria desposada de José. (Mateus 1:18-20).

1)         A explicação do episódio de José e Maria é que era necessário José dar carta de divórcio, que era como fosse um documento que anularia seu primeiro compromisso: seu pacto antenupcial. Maria estava desposada, porém, não haviam contraído núpcias. Na Bíblia é considerado justo José fazer isto, por isso é avisado em sonho para não fazê-lo, pois ela (Maria) não tinha sido infiel a ele. O livro de Mateus justifica José quanto a este caso, mostrando que era este o ensinamento de Jesus posteriormente (19:9). Era um divórcio justo tanto na lei mosaica (pois era uma segurança para o noivo, e não baseada na dureza do coração), como para Cristo que autorizou uma exceção à regra neste caso, para continuar o moço com a segurança. Porém o certo seria que, mesmo neste caso, o marido que descobrisse na noite de núpcias a infidelidade da moça, a perdoasse, e aceitasse o seu arrependimento se esse se demonstrasse, pois durante o noivado não houve arrependimento nem confissão. Na verdade, Jesus rejeitou ambas as escolas da época, rejeitou a lei mosaica (aonde continha a permissão de divórcios pela dureza de coração), e tudo o que defendesse o divórcio, pois chamou atenção para plano de Deus, antes do pecado, quanto à instituição gêmea ao Sábado, o Matrimônio.

2)         É questionável todas as interpretações quanto ao que significa a afirmação dos discípulos em Mateus 19:10: “Se tal é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.”. Alguns entendem como uma simples declaração demonstrando quanto ao risco que há em um matrimônio, testificando que é uma escolha sem volta, ou seja, não há divórcio, sendo assim uma escolha errada acarretaria fardo maior do que seria ter ficado só.

Contudo é de se estranhar à forma que se introduz na Bíblia a fala deles. É sempre bom lembrar que nessa época, os discípulos alimentavam vários erros de interpretação sobre diversas coisas, e sabemos que muitas vezes foram muito incrédulos com Cristo. Pode ser que eles eram bem rígidos quanto ao assunto do casamento (acreditavam que só por adultério deveria haver o divórcio, e não por qualquer motivo, por exemplo), porém, com a declaração de Jesus fechando qualquer porta, ficaram decepcionados e surpresos com a maior rigidez de Cristo, do que a deles mesmo, proferiram palavras de dúvida e frustração quanto ao valor do casamento.
Acaso não está certo Deus quando disse “não é bom que o homem fique só”? Não podemos negar isso, esta é Sua vontade, Seu plano, desde Adão e Eva. Porém, há uma permissão de Deus para que o homem que quiser ficar sozinho, que fique; como é o caso do apóstolo Paulo; mas por que ficar sozinho? Pelo menos dois motivos legítimos há: o primeiro é o mesmo do apóstolo Paulo, para servir ao Senhor constantemente (porém, nem todos têm esse dom). Ou pelo motivo de não haver uma escolha correta para o casamento, ou apenas haver uma escolha duvidosa; nestes casos, às vezes é preferível ficar sozinho a fazer uma escolha errada e sofrer amarguras pelo resto da vida. Com certeza isso (ser bom não ficar só), não contradiz o texto de Paulo, não há contradição na Bíblia, as Escrituras querem enaltecer o valor do casamento (apesar de não ser para todos), que é o que devemos fazer. Quanto a Paulo, ele não quer contradizer a vontade de Deus, mas quer dar uma permissão (divina, não devido há dureza de coração) para aqueles que sentem pesado demais o fardo do casamento, ou não há realmente uma escolha adequada; ou mesmo, até pelo melhor motivo possível, do qual Deus mais se agrada: que é o de servi-lo constantemente, pois aquele que se casar cuida de sua mulher. (I Coríntios 7:32-33).
Em Mateus 19.10-12 ensina Nosso Senhor que uma graça cristã especial é dada por Deus a discípulos que se sustentam na vida de solteiro, quando renunciam casar-se novamente de acordo com a lei de Cristo. Jesus não está dizendo que alguns de seus discípulos têm a habilidade de obedecer este casamento de não casar-se novamente e outros não. Ele está dizendo que a marca de um discípulo é que eles receberão um dom de continência, enquanto não-discípulos, não. A evidência para isto são os paralelos. 1) paralelo entre Mateus 19.11 e 13.11; 2) O paralelo entre Mateus 19.12 e 13.9,43 e 11.15; e 3) o paralelo entre Mateus 19.11 e 19.26.

3)         Muito usado pelos antidivorcistas é o argumento “estar em um segundo casamento é viver em adultério”, que além de ter apoio na língua materna (o grego), pela lógica dos fatos também está correto.
Por que digo isso: vamos criar um quadro de um casal que se separa por a mulher ter sido infiel, então o quadro se define como ela tendo sido adúltera (no passado). Mas continuando a história; esta mulher se casa novamente, une-se a um segundo marido. Logo, o divórcio que ela teve, e o novo casamento, caracteriza neste quadro adultério continuado, ela está sendo adúltera, porque ela pertence ao seu primeiro marido. Estando coabitando com este segundo, ela está sendo adúltera. O mesmo vale para o marido (a chamada "parte inocente"), pois, não foi desfeito perante Deus o primeiro e único casamento do casal. Mostra-se facilmente que é diferente a pessoa que rouba e deixa de roubar, mente e deixa de mentir (mentiu um dia, mas não mente mais), porém, no caso do adultério, está no presente, não deixou de adulterar. Enquanto a segundo união permanecer, a condição de adultério permanece. Isto é claro na Bíblia. Mais claro ainda quando vemos além dos textos dos Evangelhos, os de Coríntios (principalmente I Coríntios 7) e de Romanos (especialmente no capítulo 7 em que é referido o caso da mulher que é chamada de adúltera). Gostaria de acrescentar alguns comentários tirados do artigo “Divórcio e Novo Casamento é o mesmo que adultério continuado” de Pedro Almeida, que nos ajudam a entender a questão:
A Bíblia deve ser pregada e as pessoas é que são responsáveis diante de Deus e pelas consequências de seus atos. Ela tem duas opções: Ou se reconcilia com o verdadeiro marido, ou fica como solteira (1Co. 7:11). O que não pode, é pessoas em situação de adultério, serem aceitas como membros de igrejas, ou exigirem membrezia. ...
“Desgraça seria para esse primeiro marido dessa mulher que poderia (hipoteticamente) estar esperando a reconciliação, mas vê a sua mulher vivendo com outro, e ainda ser aceita por uma igreja que diz crer na Bíblia.”


Gostaria de comentar algo mais sobre o episódio da vida de Davi, quando tomou a mulher de outro, e Deus permitiu. Uma passagem muito utilizada pelos divorcistas que dizem favorecer uma permissão de Deus ao segundo casamento. Primeiro que era tempo de permissão e não de restauração de todas as coisas(Atos 3:19-21); portanto, não pode se aplicar para nossos dias o caso de Davi. Segundo, um ponto que vários expositores do episódio deixam de dizer é que o marido de Bete-Sabá foi morto, ora, então ela estava livre para casar, logo, quando Davi casou com Bete-Sabá ela não mais “vivia em adultério”. Pecados gravíssimos Davi cometeu nesta questão; porém deles se arrependeu, e Deus o perdoou, sendo que ficaram no passado. Ela (Bete-Sabá) não ficou sendo chamada adúltera, por que era viúva. Porque seu marido tinha morrido, foi possível a união de ambos. Com certeza Deus não aceitaria a união deles se vivesse o marido, e enquanto Davi vivesse com Bete-Sabá, seria ela chamada de adúltera por Deus (Rom. 7:3). Há também um detalhe importante: Na época de Davi era permitido o divórcio, era permitida a poligamia do rei (Davi teve várias mulheres, antes de Bete-Sabá, e não se divorciou de nenhuma delas), também havia prostitutas em Israel e concubinas para o rei, que eram toleradas. Era tudo isto um claro desvio da vontade de Deus para com Seu povo.

4)         Apesar de que quando alguém se levanta para falar contra o divórcio possa parecer muito duro, e que para muitos deve haver mais misericórdia quando tratado o assunto, uma pessoa que quer analisar fielmente o assunto, deve o tratar sem condescendência. Muito embora haja quem diga como o rei Acabe que é um “perturbador de Israel” a pessoa que revela o pecado para libertar o pecador, apesar de parecer diversas vezes muito rígida ou extremista esta pessoa, não há motivo de ir contra, pois este quer remir do pecado e de um mundo perdido o pecador. O próprio Cristo pareceu duro demais quando não cedeu a nada que os fariseus disseram. Há por diversas vezes um choque do pecado, com a norma elevada de Deus. Porém, não podemos condescender.
Na verdade, a única forma de uma pessoa em seu segundo casamento voltar para Cristo completamente, sem reservas, é deixando sua condição de adultério e voltando para seu verdadeiro marido, ou que fique só. Pode parecer duro, mas não há outro jeito se quisermos ser fiéis à vontade de Deus. Quanto às alegações que fazem as pessoas para se divorciar, concordo com o que é dito no artigo já citado:
“Não há parte "inocente" num divórcio. Há pecados de comissão e omissão. Há recusa em prover: o amor conjugal, o carinho, o cuidado, o afeto genuíno e muitas outras omissões que os olhos não vêem. Mesmo que não haja algo como citado, quando um casamento fracassa os dois falharam”.

            Realmente é importante evitarmos ao máximo o casamento errado dentro da Igreja; deve haver séria conscientização, e com sabedoria pastores e obreiros devem lidar constantemente com estes assuntos relacionados ao bem-estar de uma vida inteira, que é o casamento; e mesmo entre os casados deve ser dito da tolerância que deve haver entre eles nas diferenças etc. Deve-se nas igrejas realmente ser pregado que o casamento é um contrato vitalício, o qual é testificado pelo Céu.


Para ver a Parte Final deste artigo clique aqui.
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