sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Justificação e Santificação pela Fé

Quando por meio de arrependimento e fé aceitamos a Cristo como nosso Salvador, o Senhor perdoa nossos pecados e suspende a punição prescrita para a transgressão da lei. O pecador se encontra, então, diante de Deus como uma pessoa justa; desfruta o favor do Céu, e, por meio do Espírito, tem comunhão com o Pai e o Filho.
Então há ainda outra obra a ser realizada, e esta é de natureza progressiva. A alma deve ser santificada pela verdade. E isto também é realizado pela fé. Pois é somente pela graça de Cristo, a qual recebemos pela fé, que o caráter pode ser transformado.
É importante que compreendamos claramente a natureza da fé. Há muitos que crêem que Cristo é o Salvador do mundo, que o evangelho é verídico e revela o plano da salvação, mas não possuem uma fé que salva. Estão intelectualmente convencidos da verdade, mas isto não é suficiente; a fim de ser justificado, o pecador precisa ter aquela fé que se apropria dos méritos de Cristo para sua própria alma. Lemos que os demônios  "crêem e tremem", mas a sua crença não lhes traz justificação; e a crença dos que meramente dão aquiescência intelectual às verdades da Bíblia também não lhes trará os benefícios da salvação. Essa crença não atinge o ponto vital, pois a verdade não prende o coração nem transforma o caráter.
Na genuína fé para a salvação há confiança em Deus, por meio da crença no grande sacrifício expiatório efetuado pelo Filho de Deus, no Calvário. Em Cristo, o crente justificado contempla sua única esperança e seu único Libertador. Pode haver crença sem confiança; mas, sem fé, não pode haver certeza oriunda da confiança. Todo pecador que chegou ao conhecimento do poder de Cristo para salvar manifestará essa confiança de modo mais intenso ao progredir na experiência. Signs of the Times, 3 de novembro de 1890. Mensagens Escolhidas Vol. III, págs. 191-192.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Trindade: por que é importante? - Parte Final

Por Woodrow W. Whidden

Caso o amigo internauta não tenha visto a primeira parte, clique aqui.

O “e então?” da Trindade
Qual é o significado do “e então?” da plena divindade do Filho e do Espírito? Antes de abordar essa importante questão, precisamos lidar com um ponto que incomoda a muitos: a aparente falta de lógica na confissão de que três são iguais a um. Esse ponto incomoda especialmente a mente racionalista de muitos estudantes universitários no Ocidente e nossos amigos muçulmanos fortemente monoteístas.
A objeção lógica. Millard Erickson sugere que a razão humana não pode tolerar a estranha matemática trinitariana na qual “três = um.” Se você for a um supermercado, pegar três pães e tentar persuadir o caixa de que eles são na verdade um e que você não tem que pagar senão apenas o valor de um, o caixa poderá ser tentado a chamar imediatamente os seguranças.3
A primeira resposta à lógica do pensamento trinitariano é admitir que estamos lidando com o mais profundo dos mistérios. Sabemos que em relacionamentos de amor parece desenvolver-se uma profunda unidade social e emocional. Diríamos então que os relacionamentos de amor são totalmente ilógicos e incoerentes? Penso que não. E essa parece ser a melhor maneira de explicar o mistério da Trindade e Sua unidade plural.
Outra vez Erickson sabiamente indica o caminho para uma resposta aceitável: “Nós, portanto, sugerimos pensar na Trindade como uma sociedade de pessoas que, contudo, são um só Ser. Conquanto essa sociedade de pessoas tenha dimensões que não encontramos entre seres humanos quanto ao seu inter-relacionamento, existem alguns paralelos que ajudam a esclarecer o assunto. Amor é o relacionamento aglutinante dentro da Divindade, que une cada uma das pessoas às outras.”4
Erickson, então, naturalmente apela para I João 4:8, 16: “Deus é amor.” Compreendemos realmente as profundezas dessa declaração inspirada que é tão desconcertante em sua simplicidade? Gostaria de sugerir que essas três palavras têm uma profunda contribuição a fazer à nossa compreensão de um Deus que preexistiu eternamente em estado de “unidade” trinitariana. “A declaração ‘Deus é amor’ não é uma definição de Deus, nem sequer a declaração de um atributo entre outros. Ela é uma caracterização bem básica de Deus.”5
Para os cristãos trinitarianos, a pergunta fundamental acerca de Deus está direta e completamente relacionada com a questão do Seu amor. E se Deus não for “amor” no âmago de Seu ser, então qualquer questão acerca de Sua natureza imediatamente se torna irrelevante do ponto de vista bíblico. Nós, contudo, pensamos que o amor é a caracterização mais fundamental de Deus. Se Deus é verdadeiramente, na Sua essência, o Deus de “amor” (João 3:16; I João 4:8), então temos que considerar algumas implicações.
Pode Alguém que existe desde a eternidade e que nos fez à Sua imagem de amor, ser realmente chamado amor se Ele existir tão-somente como um ser solitário ou unitário? Não é o amor, especialmente o amor divino, possível apenas se Aquele que fez nosso Universo for um ser plural que estava exercitando amor dentro de Sua pluralidade divina (trinitária) desde toda a eternidade passada? Não é o amor verdadeiro e altruísta possível apenas se ele proceder de um tipo de Deus que, por natureza, sempre será um Deus de amor como uma Trindade social?
Sinto-me fortemente inclinado a afirmar que Deus é uma Trindade de amor e que Seu amor encontrou a revelação mais profunda na obra criadora, e na encarnação, vida, morte e ressurreição do plenamente divino Filho de Deus. A unidade trinitária de Deus, por fim, não é ilógica. Na verdade, ela é a fonte da única lógica que faz sentido absoluto – um amor que se auto-sacrifica, que é mutuamente submisso e um eterno canal da graça de poder criador e redentor.
Tal amor infinito, porém, deve ser comunicado de forma prática a seres humanos finitos e pecadores. E é aqui que o “e então?” da plena divindade do Filho e do Espírito exerce um papel dramático na criação e na redenção.
Implicações da divindade de Cristo
Primeiro, antes que a Trindade pudesse fazer com que a vida e a morte salvíficas de Cristo de fato gerassem a salvação de pecadores, havia a necessidade urgente de revelar aos seres humanos alienados pelo pecado como Deus realmente é. E o único Ser que poderia oferecer tal surpreendente revelação da natureza divina era Deus mesmo. E essa foi a missão primária de Jesus, o divino Filho de Deus.
Agora, em se tratando realmente da provisão para a salvação, especialmente em Sua morte expiatória, apenas Alguém que é igual a Deus, por meio de Espírito Santo, seria poderoso o bastante para recriar seres humanos deformados pelo pecado à semelhança do caráter divino. Em outras palavras, apenas o divino Filho poderia gerar a conversão ou o novo nascimento, e ocasionar a mudança de caráter que faz com que o homem reflita a semelhança divina. Resumindo: apenas o Filho, que é o amor encarnado, poderia manifestar e produzir tal amor transformador.
A plena divindade do Espírito
Como acontece com a divindade do Filho, as implicações teológicas da divindade do Espírito derivam dos pontos relacionados à intenção de Deus de redimir a humanidade pecadora.
Com toda a certeza, se Aquele que é igual ao Pai em natureza e caráter podia oferecer um sacrifício efetivo pelo pecado, então, da mesma forma, somente Alguém (o Espírito) que é plenamente divino podia comunicar de fato a eficácia desse sacrifício a seres humanos pecadores. Outra vez, é necessário um Espírito completamente divino para revelar ao pecador a obra do Filho completamente divino (I Coríntios 2:7-12).
Somente o Espírito Santo podia trazer à humanidade decaída o convertedor e convencedor poder do grande amor de Deus, poder que gera contrição e conversão. Somente Alguém que tem estado em eterna e estreita ligação com o coração de Deus e do Filho, o coração de um amor que se auto-sacrifica, pode comunicar plenamente tal amor à humanidade perdida.
Somente Alguém que atuou com o Filho na criação poderia estar equipado para operar a recriação nas almas arruinadas pelas forças destrutivas de Satanás e do pecado (Rom 8:10-11).
Somente Alguém que pôde estar em plena sintonia com o coração do ministério encarnado de Jesus, e ainda assim, ao mesmo tempo, ser capaz de estar em todos os lugares (onipresença de Deus), podia representar de maneira hábil a presença pessoal e redentora de Cristo perante todo o mundo. O único Ser que podia fazer tal coisa é o Espírito Santo, um Ser pessoal sempre e todo-presente.
Um apelo
Gostaria de desafiar cada leitor a ponderar com oração e cuidado sobre a Trindade e Suas profundas implicações para a vida e o destino que o Deus da Bíblia oferece à humanidade. Essa doutrina satisfaz às necessidades do moderno anseio por uma reflexão racional sobre o problema divino/humano, e ao mesmo tempo oferece um mistério verdadeiramente cativante para os gostos mais relacionais dos pós-modernistas. Além disso, o pensamento e a vida trinitarianos oferecem uma visão de relacionamentos que vivem em amor, os quais refletem a realidade mais profunda oferecida por Aquele que fez o mundo em amor e está buscando redimi-lo do pecado (que é contrário ao amor – a mais profunda antítese do amor divino).
Além disso, não consigo pensar num melhor ponto da discussão quando se busca abordar as preocupações monoteísticas de nossos amigos muçulmanos. Se o amor de Jesus, o lado humano do amor da Trindade, não convencer, nada será capaz de fazê-lo. Os recursos do amor que flui do Pai, encarna-se em Cristo e é comunicado pela Pessoa plenamente divina do Espírito Santo proporcionam a mais rica visão teológica que se pode imaginar para o destino de um mundo perdido.

Referências
1. Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ed. revisada na Assembléia da Associação Geral de 2000 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004), 9.
2. Para uma discussão detalhada da evidência, veja meus capítulos na Primeira Seção do livro A Trindade: Como entender os mistérios da Pessoa de Deus na Bíblia e na história do cristianismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003), 19-135.
3. Millard Erickson, Making Sense of the Trinity: Three Crucial Questions (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 2000), 43-44.
4. Idem., 58.
5. Ibidem.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Trindade: por que é importante? - Parte 1


Não me lembro de ter ouvido um sermão sobre a Trindade em minha infância ou adolescência. Na verdade, eu nunca tive nenhuma discussão prolongada sobre essa doutrina, senão em meu último ano da faculdade de teologia. Num seminário sobre a Doutrina de Deus, o professor nos levou a uma discussão detalhada da história dessa doutrina e suas bases bíblicas. Mas, devo confessar que tudo me pareceu um pouco enigmático e impraticável. Minha trajetória teológica, porém, iria pouco a pouco se transformar numa preocupação que agora se tornou paixão. Minha indiferença transformou-se na convicção definida de que a doutrina da Trindade é a declaração teológica central do pensamento e prática cristãos. Na verdade, longe de ser um mistério irrelevante, ela expressa a essência daquilo que os cristãos desejam confessar acerca da natureza de Deus e Seu propósito para a felicidade humana.
Pensar em teologia envolve dois passos básicos: Primeiro, o “quê” da doutrina. A fase “quê” envolve duas facetas importantes: (1) afirmar claramente a doutrina; e (2) avaliar a base bíblica para o seu ensino. Segundo, as reflexões sobre o “e então?” Essa fase procura clarificar pontos tais como as implicações teológicas e práticas da doutrina – especialmente sua coerência com outros ensinos cristãos, e a questão da salvação pessoal ou reconciliação com Deus.
O “quê” da Trindade
A crença fundamental adventista do sétimo dia de número dois define a doutrina da seguinte forma: “Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas”.1 No que tange a essa declaração, tanto a igreja cristã primitiva quanto o movimento adventista do sétimo dia tiveram que lidar com vários desafios. A questão de Deus o Pai nunca foi controversa, em virtude da longa tradição do ensino cristão ortodoxo. Enquanto a vasta maioria dos cristãos afirma a eterna divindade do Pai, sempre existiram controvérsias em torno das questões acerca da completa e eterna divindade do Filho, a personalidade do Espírito Santo e a profunda unidade do Trio. O espaço não nos permite uma discussão pormenorizada da evidência bíblica em prol da unidade triúna de Deus, mas se pudermos estabelecer a plena divindade do Filho e do Espírito, parece lógico que haverá uma profunda unidade com o Pai. Assim, os cristãos têm confessado que há um Deus (monoteísmo) que Se manifesta em amor como uma unidade tri-pessoal (não três Deuses, ou triteísmo).
A plena divindade do Filho
Basicamente há três tipos fundamentais de evidências bíblicas que mostram que Jesus era inerentemente divino, tendo a mesma natureza e substância do Pai.2
1. Jesus é expressamente chamado de Deus no Novo Testamento. Hebreus 1 compara Jesus com os anjos. Nos versos 7 e 8, o autor diz que enquanto Deus fez os anjos como “ventos, e a Seus ministros como labaredas de fogo” (verso 7, ARA), acerca do Filho diz: “O Teu trono, ó Deus, é para todo o sempre” (vs. 8, ARA). O versículo 8 é uma das sete vezes em que a palavra grega theos (“Deus”) é diretamente usada com relação a Jesus no Novo Testamento (as outras seis são João 1:1, 18; 20:28; Romanos 9:5; Tito 2:13; e II Pedro 1:1).
Sejamos bem claros quanto ao que os escritores do Novo Testamento, especialmente o autor de Hebreus, estão dizendo nesses versos. Eles estão se referindo a Jesus como “Deus”, e em Hebreus, o escritor está interpretando o Antigo Testamento mediante a aplicação do Salmo 45:6 a Jesus que originalmente se referia a Deus, o Pai.
2. Jesus aplica a Si mesmo títulos e atribuições divinos. O exemplo mais singular é encontrado em João 8:58: “Respondeu Jesus: Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!” (NVI). Muito simples: o que Jesus estava dizendo é que Ele não era outro senão o Deus do Êxodo, e fez isso aplicando a passagem de Êxodo 3:14 a Si mesmo: “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou” (NVI).
Além disso, esse “Deus” que fala em Êxodo 3:14 prossegue e esclarece Sua identidade: “O Senhor, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó” (verso 15, NVI). Em outras palavras, Jesus não apenas reivindicou ser o Deus do Êxodo, mas também o “Senhor” (Yahweh) dos patriarcas. Não nos surpreende que os fariseus “apanharam pedras para apedrejá-Lo” (João 8:59, NVI) – a punição prevista no Antigo Testamento para blasfêmia (veja João 5:17, onde Jesus diz a mesma coisa).
3. A aplicação dos nomes divinos a Jesus pelos escritores do Novo Testamento. Em Hebreus 1:10-12, a Inspiração atribui o supremo título do Deus do Antigo Testamento (JHWH ou Yahweh) a Jesus. O autor de Hebreus faz isso ao aplicar o Salmo 102:25-27 a Cristo. Isso não é incomum entre os escritores do Novo Testamento, mas o que chama a atenção nessa aplicação é que esse Salmo originalmente se refere ao “Senhor” (Yahweh) do Antigo Testamento. Assim, o autor do Novo Testamento se sente muito à vontade ao aplicar a Jesus passagens que originalmente se referiam ao auto-existente Deus de Israel. A clara implicação é que Jesus é o “Senhor” Jehovah (JHWH) do Antigo Testamento. Apocalipse 1:17 descreve o uso semelhante de um título do Antigo Testamento – “o Primeiro e o Último.”
A plena divindade do Espírito Santo
As Escrituras fornecem inúmeras linhas de evidência que testificam da natureza divina do Espírito. A mais significativa vem do livro de Atos, na trágica história de Ananias e Safira. Esse casal, às escondidas, voltou atrás nos votos sagrados que havia feito a Deus. Quando eles vieram publicamente depositar a oferta parcial aos pés dos apóstolos, eles caíram mortos repentinamente. Pedro explicou de forma bem objetiva o que haviam feito: Vocês mentiram ao Espírito Santo. A isso se seguiu a impressionante revelação de que eles não haviam mentido aos homens, “mas a Deus” (Atos 5:3-4). A implicação óbvia é que o Espírito Santo é um ser divino.
A próxima linha de evidência é encontrada nas muitas passagens que descrevem a obra do Espírito em termos daquilo que é exclusivo de Deus. O mais claro exemplo está em I Coríntios 2:9-11. Paulo declara que seus leitores podem ter algum conhecimento daquilo “que Deus preparou para aqueles que O amam” (vs. 9, NVI). E como tal conhecimento é possível? “Deus o revelou a nós por meio do Espírito” (vs. 10). E como é que o Espírito está a par desse conhecimento? “O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois quem conhece os pensamento do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (vss. 10-11, NVI).
O que essa passagem sugere é o seguinte: Se alguém deseja saber “o que é verdadeiramente humano”, deve conseguir tal informação de um ser humano. Aquilo, porém, que é verdade no nível humano, muito mais o é no divino: “Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (vs. 10). Apenas um Ser divino pode verdadeiramente conhecer o que se passa na mente e no coração de outro Ser divino.

Caso queira ver a segunda e última parte do artigo, o amigo internauta deve clicar aqui.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Onde Você Colocou o Sal?

Um velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.

-'Qual é o gosto?' - perguntou o Mestre.

-'Ruim' - disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.

Então o velho disse:

-'Beba um pouco dessa água'. Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:

-'Qual é o gosto?'

-'Bom!' disse o rapaz.

-'Você sente o gosto do sal?' perguntou o Mestre.

-'Não' disse o jovem.

O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:

-'A dor, na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.

É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.

Em outras palavras:

É deixar de Ser copo, para tornar-se um Lago.

Nota: O Mestre dos Mestres também nos ensina através de Sua Palavra que: "Tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência." (Tiago 1:2-3). e que "Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam." . Sendo assim, longe de ser sem propósito as provas da vida, elas servem para refinar nossa caráter, e qualificar para o Céu. Se formos atentar às nossas dificuldades, devemos fazê-lo com este intuito.
Também devemos deixar de desperdiçar tanta energia com nossos próprios problemas; pois é somente quando perdemos de vista o "eu",  é que começamos a enxergar a dificuldade alheia. Não devemos ter uma visão demasiadamente estreita, mas antes amar ao próximo como a si mesmo.
Assim sendo não devemos amar a nós mesmos mais do que ao próximo, e nem amar ao próximo mais do que a nós mesmos, ou seja, não é errado nos preocupar com nós mesmos, mas isso deve ser feito na quantidade certa: deixando de ser copo, para se tornar lago.
M. Borges

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os Dois Textos Principais Sobre a Natureza Humana de Cristo

Nestes dois textos do Espírito de Profecia, é abordado mais diretamente o assunto da Natureza humana de Cristo; sendo que esclarecem vários pontos que tem sido de interesse principalmente nos últimos tempos

“Ele não tomou sobre Si nem mesmo a natureza de anjos, mas a humanidade, perfeitamente idêntica à nossa própria natureza, a não ser pela mancha do pecado. ... Ele tinha a razão, a consciência, a memória, a vontade e as afeições da alma humana, a qual estava unida com a Sua natureza divina.
“Nosso Senhor foi tentado tal como o homem é tentado. Ele poderia ter cedido à tentação, igual aos seres humanos. Sua natureza finita era pura e sem mancha, mas a natureza divina ... não foi humanizada; tampouco a humanidade foi divinizada pela mistura ou união das duas naturezas; cada uma delas reteve seu caráter e propriedades essenciais.
“Aqui, entretanto, não devemos nos tornar comuns ou terrenos em nossos pensamentos, e em nossas idéias pervetidas não devemos pensar que a possibilidade de Cristo ceder às tentações de Satanás degradou Sua humanidade fazendo com que Ele viesse a possuir as mesmas propensões pecaminosas e corruptas que o homem possui.
“A combinação da natureza divinas com a humana O fez capaz de ceder às tentações de Satanás. A provação de Cristo, aqui, foi muito maior do que a de Adão e Eva, pois Cristo tomou a nossa natureza caída, mas não corrompida; e, a menos que Ele desse ouvidos às palavras de Satanás em lugar das palavras de Deus, não seria corrompido. Supor que Ele não poderia ceder à tentação é coloca-Lo onde Ele não poder ficar, como um exemplo perfeito para o homem. A força e o poder desta parte da humilhação de Cristo, a qual é a mais significativa, não serviria de instrução e ajuda aos seres humanos. ...
“Em sua humilhação, Ele desceu para ser tentado tal como o homem foi tentado; Sua natureza era a mesma do homem, capaz de sucumbir à tentação. Sua própria pureza e santidade foram assoladas pelo inimigo caído, o mesmo que se corrompeu e foi expulso do Céu. Quão profunda e intensamente Cristo deve ter sentido esta humilhação.
“De que maneira os anjos caídos olham para Aquele que é puro e incontaminado, o Príncipe da vida.” Manuscrito 57, 1890 (Confirmação em Manuscript Releases, Vol. 16, pg. 182).


“Seja cuidadoso, exageradamente cuidadoso, ao tratar da natureza humana de Cristo. Não O apresente diante das pessoas como um homem com propensões para o pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado como um ser puro, sem pecado nem mancha alguma de pecado sobre ele; era a imagem de Deus. Poderia cair, e caiu deveras ao transgredir. Por causa do pecado, sua posteridade nasceu com propensões inerentes para a desobediência. Mas Jesus Cristo era o Filho unigênito de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana, e foi tentado em todos as coisas, como a natureza humana é tentada. Ele poderia ter pecado; poderia ter caído, mas nem por um momento sequer houve nEle uma má propensão. Ele foi assaltado com tentações no deserto, tal como Adão foi assaltado com tentações no Éden.
“Irmão Baker, evite toda e qualquer questão relacionada com a humanidade de Cristo que possa ser mal-entendida. A verdade fica muito próxima da trilha da presunção. Ao tratar sobre a humanidade de Cristo, é preciso que esteja muito atento a cada afirmação para que suas palavras não sejam entendidas de maneira diferente, e assim perca a percepção clara da Sua humanidade combinada com a divindade, ou que a deixe empalidecer. ...
“Estas palavras não são aplicadas a nenhum ser humano, exceto o Filho do Deus Infinito. Nunca, de maneira alguma, deixe a mais leve impressão sobre as mentes humanas de que havia uma mancha ou inclinação para a corrupção sobre Cristo, ou que, de alguma maneira, Ele cedeu à corrupção. Ele foi tentado em todas as coisas como o homem é tentado, e mesmo assim é chamado o ente santo. Isto é um mistério que foi deixado sem explicação para mortais: Cristo podia ser tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. A encarnação de Cristo sempre foi e sempre será um mistério. O que foi revelado, assim o foi para nós e nossos filhos, mas que todos os seres humanos se acautelem quanto a considerar Cristo totalmente, como nós outros, pois isso não pode ser. Não é necessário que saibamos o momento exato em que a humanidade uniu-se com a divindade. Devemos manter nossos pés sobre a rocha, Cristo Jesus, O Deus revelado em humanidade.
“Percebo que há perigo na abordagem a assuntos que tratam da humanidade do Filho do Deus infinito. Ele realmente humilhou-Se ao ver que estava em forma de homem, para que pudesse compreender a força de todas as tentações que assolam o homem.
“O primeiro Adão caiu; o segundo Adão apegou-se a Deus e à Sua palavra sob as mais probantes circunstâncias, e a Sua fé na bondade, misericórdia, e amor do Seu Pai não vacilou por um instante sequer. ‘Está escrito’ foi a sua arma de resistência e é a espada do Espírito que todos os seres humanos devem usar. ‘Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim’ – nada a responder, quando em tentação. Nenhuma chance foi dada como resposta às múltiplas tentações por Ele sofridas. Nenhuma vez Cristo pisou no terreno de Satanás, dando-lhe qualquer vantagem. Satanás nada encontrou nEle que encorajasse seu avanços.” Carta 8, 1895 (enviada a W. L. H. Baker no fim de 1895 ou princípio de 1896; também em Manuscript Releases 414).

(Itálicos no Texto foram Acrescentados)

Textos em Humanidade de Cristo de W. Whidden

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Textos de Ellen G. White para Escritores e Editores N°. VI

Regularmente tem sido reproduzido textos do Espírito de Profecia do livro “O Outro Poder: Conselhos para Escritores e Editores”.

Obs: A referência das páginas entre parênteses são sempre do livro mencionado acima. Também constando ao final do texto sua fonte primária.

Nossas Explicações das Escrituras são Infalíveis?
Não há desculpas para ninguém assumir a posição de que não há mais verdades a serem reveladas, e de que todas as nossas visões da Bíblia não têm qualquer erro. O fato de certas doutrinas terem sido consideradas como a verdade por muitos anos pelo nosso povo não é uma prova de que nossas idéias sejam infalíveis. O tempo não converte o erro em verdade. A idade não transforma o erro em verdade e ela pode ser reexaminada. Nenhuma verdadeira doutrina terá algo a perder pela cuidadosa investigação.
Vivemos em tempos perigosos, e não nos convém aceitar tudo o que é apresentado sem profundo exame; da mesma forma, não podemos rejeitar o que quer que contenha os frutos do Espírito de Deus; devemos ser receptivos, mansos e humildes de coração. Há aqueles que se opõem a tudo o que não está de acordo com as próprias ideias e, por agirem assim, colocam em risco seus interesses eternos tal qual a nação judaica em sua rejeição de Cristo.
O Senhor deseja que nossas opiniões sejam colocadas à prova, que possamos ver a necessidade de examinar detalhadamente os oráculos vivos para ver se estamos ou não andando de acordo com nossa fé. Muitos que professam crer na verdade têm se acomodado, dizendo: “rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap. 3:17). Review and Herald, 20 de dezembro de 1892. (Págs. 24-25).      

Estudar Diligentemente as Escrituras
Como examinar as Escrituras? Iremos de um para outro pilar das nossas doutrinas, tentando fazer com que toda Bíblia se molde a nossas opiniões preconcebidas? Ou levaremos nossas idéias e visões às Escrituras e avaliaremos cada aspecto de nossas teorias em comparação com a Verdade? Muitos que leem e mesmo ensinam a Bíblia, não compreendem a preciosa verdade que estão ensinando ou estudando.
Os homens nutrem erros, embora a verdade esteja claramente assinalada; mas se trouxessem suas próprias doutrinas à luz da Palavra de Deus e não lessem a Palavra de Deus à luz de suas doutrinas, para provar que suas ideias estão certas, não andariam em escuridão e cegueira e nem alimentariam o erro. Muitos conferem às palavras da Bíblia um significado que se adapte a suas opiniões, enganando a si mesmos e iludindo outros com suas falsas interpretações da Palavra de Deus.
Ao estudarmos a Palavra de Deus, devemos fazê-lo com coração humilde. Todo egoísmo, todo amor pela originalidade, deve ser colocado de lado. Opiniões aceitas por muito tempo não devem ser consideradas infalíveis. Foi a relutância dos judeus em deixar suas antigas tradições que os levou à ruína. Estavam determinados a não ver qualquer falha em suas opiniões próprias e na sua forma de expor as Escrituras. Mesmo que homens respeitados tenham defendido certas visões, se não estiverem claramente sustentadas pela Palavra, devem ser rejeitadas. Os que sinceramente desejam a verdade não serão relutantes em franquear à pesquisa e crítica as suas posições, e não se aborrecerão se suas opiniões e ideias forem contraditadas. Este era o espírito acariciado entre nós quarenta anos atrás. [...]

Lições a Aprender e Desaprender
Temos muitas lições a aprender, e muitas, muitas a desaprender. Unicamente Deus e o Céu são infalíveis. Os que pensam que nunca terão de desistir de um ponto de vista acariciado, jamais terão ocasião de mudar de opinião, serão decepcionados. Enquanto nos apegarmos às próprias ideias e opiniões com determinada persistência, não podemos ter a unidade pela qual Cristo orou.        
Pudessem aqueles que são autossuficientes ver do ponto de vista em que o universo de Deus os vê, pudessem ver como Deus os vê, sentiriam tanta fraqueza, demonstrariam tanto desejo por sabedoria, que clamariam ao Senhor para ser sua justiça; desejariam esconder-se de Sua presença.
Diz o apóstolo, “não sois de vós mesmos. Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus ao vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Cor. 6:19, 20). Quando nossos planos e projetos são rejeitados, quando homens que dependem de nossa orientação concluem que o Senhor deseja que ajam e julguem por si mesmos, não devemos ter espírito de censura ou exercer autoridade arbitrária para compeli-los a aceitarem nossas ideias. Aqueles que ocupam posições de autoridade devem constantemente cultivar o autocontrole. [...]

A Mensagem, os Líderes, e o Povo
A repreensão do Senhor estará sobre os que impedem o caminho, para que não chegue ao povo mais clara luz. Uma grande obra te de ser feita, e Deus vê que nossos dirigentes necessitam de maior luz, a fim de se unirem aos mensageiros que ele envia para realizarem a obra que ele deseja que se faça. O Senhor tem suscitado os mensageiros, e os dotado de Seu Espírito, e tem dito: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados” (Is. 58:1).
Ninguém corra o risco de interpor-se entre o povo e a mensagem do Céu. Essa mensagem há de chegar ao povo; e se não houvesse nenhuma voz entre os homens para a anunciar, as próprias pedras clamariam. Eu suplico a todo pastor que busque o Senhor, ponha de lado o orgulho e a luta pela supremacia, e humilhe o coração diante de Deus. A frieza de coração, a incredulidade dos que deveriam ter fé é que mantêm fracas as igrejas. Review and Herald, 26 de julho de 1892. (Págs. 25-26).

Para o internauta acessar a Ed. N°5, clique aqui, para a Ed. N°4 basta clicar aqui, a Ed. N°3 clique aqui, a Ed. N°2 clicar aqui, e a Ed. N°1 aqui.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...