segunda-feira, 30 de abril de 2018

Do que eu preciso? Fé ou Obras?

“A Lei nos leva a Cristo para sermos justificados, e Cristo nos leva de volta à Lei para sermos santificados”. Philip Yancey.

Sempre que é abordado o assunto das “boas obras”, é inevitável ir até a carta de Tiago e ler: Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? ... A fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”. (Tiago 2:14, 17). No entanto, a parte mais interessante, e talvez para alguns até mesmo um tanto chocante, está um pouco mais adiante, onde é dito: 

“Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?” (Tiago 2:21-25).

O fato de o apóstolo Tiago ter afirmado algo que contrasta tanto com os escritos de Paulo, não deve ser considerado uma contradição. Pois, quando é dito que o patriarca da fé foi justificado pelas obras, ele simplesmente está querendo afirmar que a justificação pela fé diante de Deus se revelou em evidências aos homens somente através dos frutos, ou seja, as boas obras. Isto concorda com o que já havia sido dito no verso 18: “Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”.

Um ponto a se ressaltar é quando o apóstolo diz: “Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada” (Verso 22). O que significa isso? Significa o desenvolvimento do caráter quando exercitamos a nossa fé na prática. Não existe outro modo de nosso caráter ser transformado a não ser quando através da graça divina mudamos nossos pensamentos, atitudes e hábitos. Quando em nossa vida ocorre essas mudanças, a nossa fé é fortalecida e enobrecida.

No decorrer dos séculos, muitos tentaram limitar a importância ou o tempo de validade dos Dez Mandamentos da Lei de Deus, no entanto, ainda permanece que: “A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá sabedoria aos símplices”. (Salmos 19:7). Pois “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. (Eclesiastes 12:13). Portanto, podemos falar como Paulo, o grande pregador da Nova Aliança pelo sangue de Cristo, que afirmou: “A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom”. (Romanos 7:12).                    

Ellen G. White comenta que: “A lei de Deus é tão sagrada como Ele próprio. É uma revelação de Sua vontade, uma transcrição de Seu caráter, expressão do amor e sabedoria divinos”. (Patriarcas e Profetas, 52). Aqueles que deixam de apreciar a santidade, justiça e sabedoria contidas na lei divina, perdem a oportunidade de aprenderem mais acerca do caráter do verdadeiro Deus, e assim, prestar mais reverente e amorosa adoração.

Na lição da Escola Sabatina “Os Dez Mandamentos”, temos uma introdução aos mandamentos nas três primeiras lições, inclusive sendo explicada as diferenças entre a lei moral que é eterna, e a cerimonial, que se cumpriu na morte de Jesus na cruz. Nas dez lições restantes, cada uma é dedicada a um dos mandamentos. É uma lição simples e de fácil aprendizado, mas, que ao mesmo tempo, ensina princípios de longo alcance e de grande profundidade, de modo que o estudo feito de cada mandamento deve ainda ser enxergado como apenas uma introdução.

Cremos firmemente que a Lei de Deus, resumida nos Dez Mandamentos, é a expressão nítida do caráter e da vontade de Deus, sendo assim, é o padrão de julgamento de Deus para com todas as pessoas, em todas as épocas, tal como estes textos confirmam: Eclesiastes 12:13-14; Isaías 40:8; Mateus 7:18-21; Tiago 2:12; Apocalipse 22:14. Portanto, o governo de Deus é fundamentado em princípios sólidos. (Salmos 89:14; 111:7-8; 119:142).  

O Espírito Santo atua escrevendo a Lei de Deus, não em tábuas de pedra, mas nos corações dos seguidores de Cristo, para que através deste auxílio divino, sejam capazes de obedecer a todos os Seus mandamentos. (Isaías 8:16; Jeremias 31:33; Ezequiel 36:25-28; II Coríntios 3:3-5; Hebreus 8:10). Assim sendo, para o genuíno crente, não é pesado obedecer a Lei, ao contrário, através da graça divina a obediência é fruto de profundo amor para com Deus, e pelos seus semelhantes. (I João 3:7-8; 5:2-3).

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