Nestes dois textos do Espírito de Profecia, é abordado mais diretamente o assunto da Natureza humana de Cristo; sendo que esclarecem vários pontos que tem sido de interesse principalmente nos últimos tempos
“Ele não tomou sobre Si nem mesmo a natureza de anjos, mas a humanidade, perfeitamente idêntica à nossa própria natureza, a não ser pela mancha do pecado. ... Ele tinha a razão, a consciência, a memória, a vontade e as afeições da alma humana, a qual estava unida com a Sua natureza divina.
“Nosso Senhor foi tentado tal como o homem é tentado. Ele poderia ter cedido à tentação, igual aos seres humanos. Sua natureza finita era pura e sem mancha, mas a natureza divina ... não foi humanizada; tampouco a humanidade foi divinizada pela mistura ou união das duas naturezas; cada uma delas reteve seu caráter e propriedades essenciais.
“Aqui, entretanto, não devemos nos tornar comuns ou terrenos em nossos pensamentos, e em nossas idéias pervetidas não devemos pensar que a possibilidade de Cristo ceder às tentações de Satanás degradou Sua humanidade fazendo com que Ele viesse a possuir as mesmas propensões pecaminosas e corruptas que o homem possui.
“A combinação da natureza divinas com a humana O fez capaz de ceder às tentações de Satanás. A provação de Cristo, aqui, foi muito maior do que a de Adão e Eva, pois Cristo tomou a nossa natureza caída, mas não corrompida; e, a menos que Ele desse ouvidos às palavras de Satanás em lugar das palavras de Deus, não seria corrompido. Supor que Ele não poderia ceder à tentação é coloca-Lo onde Ele não poder ficar, como um exemplo perfeito para o homem. A força e o poder desta parte da humilhação de Cristo, a qual é a mais significativa, não serviria de instrução e ajuda aos seres humanos. ...
“Em sua humilhação, Ele desceu para ser tentado tal como o homem foi tentado; Sua natureza era a mesma do homem, capaz de sucumbir à tentação. Sua própria pureza e santidade foram assoladas pelo inimigo caído, o mesmo que se corrompeu e foi expulso do Céu. Quão profunda e intensamente Cristo deve ter sentido esta humilhação.
“De que maneira os anjos caídos olham para Aquele que é puro e incontaminado, o Príncipe da vida.” Manuscrito 57, 1890 (Confirmação em Manuscript Releases , Vol. 16, pg. 182).
“Seja cuidadoso, exageradamente cuidadoso, ao tratar da natureza humana de Cristo. Não O apresente diante das pessoas como um homem com propensões para o pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado como um ser puro, sem pecado nem mancha alguma de pecado sobre ele; era a imagem de Deus. Poderia cair, e caiu deveras ao transgredir. Por causa do pecado, sua posteridade nasceu com propensões inerentes para a desobediência. Mas Jesus Cristo era o Filho unigênito de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana, e foi tentado em todos as coisas, como a natureza humana é tentada. Ele poderia ter pecado; poderia ter caído, mas nem por um momento sequer houve nEle uma má propensão. Ele foi assaltado com tentações no deserto, tal como Adão foi assaltado com tentações no Éden.
“Irmão Baker, evite toda e qualquer questão relacionada com a humanidade de Cristo que possa ser mal-entendida. A verdade fica muito próxima da trilha da presunção. Ao tratar sobre a humanidade de Cristo, é preciso que esteja muito atento a cada afirmação para que suas palavras não sejam entendidas de maneira diferente, e assim perca a percepção clara da Sua humanidade combinada com a divindade, ou que a deixe empalidecer. ...
“Estas palavras não são aplicadas a nenhum ser humano, exceto o Filho do Deus Infinito. Nunca, de maneira alguma, deixe a mais leve impressão sobre as mentes humanas de que havia uma mancha ou inclinação para a corrupção sobre Cristo, ou que, de alguma maneira, Ele cedeu à corrupção. Ele foi tentado em todas as coisas como o homem é tentado, e mesmo assim é chamado o ente santo. Isto é um mistério que foi deixado sem explicação para mortais: Cristo podia ser tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. A encarnação de Cristo sempre foi e sempre será um mistério. O que foi revelado, assim o foi para nós e nossos filhos, mas que todos os seres humanos se acautelem quanto a considerar Cristo totalmente, como nós outros, pois isso não pode ser. Não é necessário que saibamos o momento exato em que a humanidade uniu-se com a divindade. Devemos manter nossos pés sobre a rocha, Cristo Jesus, O Deus revelado em humanidade.
“Percebo que há perigo na abordagem a assuntos que tratam da humanidade do Filho do Deus infinito. Ele realmente humilhou-Se ao ver que estava em forma de homem, para que pudesse compreender a força de todas as tentações que assolam o homem.
“O primeiro Adão caiu; o segundo Adão apegou-se a Deus e à Sua palavra sob as mais probantes circunstâncias, e a Sua fé na bondade, misericórdia, e amor do Seu Pai não vacilou por um instante sequer. ‘Está escrito’ foi a sua arma de resistência e é a espada do Espírito que todos os seres humanos devem usar. ‘Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim’ – nada a responder, quando em tentação. Nenhuma chance foi dada como resposta às múltiplas tentações por Ele sofridas. Nenhuma vez Cristo pisou no terreno de Satanás, dando-lhe qualquer vantagem. Satanás nada encontrou nEle que encorajasse seu avanços.” Carta 8, 1895 (enviada a W. L. H. Baker no fim de 1895 ou princípio de 1896; também em Manuscript Releases 414).
(Itálicos no Texto foram Acrescentados)
Textos em Humanidade de Cristo de W. Whidden
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