Josh McDowell é autor de muitos livros na área de apologética cristã e
teologia, e muitos desses livros me ajudaram quando da minha transição do darwinismo para o criacionismo bíblico. Justamente por
isso, fiquei surpreso quando um amigo me indicou o livro A Verdade Nua e Crua (CPAD), escrito por McDowell e Erin
Davis. “Josh escrevendo sobre sexo?”, pensei, com certa estranheza. Claro que
nada o impedia de escrever sobre isso, mas o que me deixou empolgado foi
imaginar Josh usando toda a capacidade argumentativa dele para tratar de um
tema dominado pelo relativismo e pela desinformação. Mais do que depressa,
comprei o livro e li-o em poucas horas (sim, o livro é pequeno; tem apenas 150
páginas). Não me decepcionei. É apologética aplicada aos relacionamentos e à sexualidade,
com informações consistentes e argumentos imbatíveis – a menos que o leitor
persista na teimosia e resolva colher as consequências da atitude “nada a ver”
assumida por muitos jovens. Mas, se você é mais sensato que isso e se preocupa
com sua saúde espiritual, sexual, relacional e física, não deve deixar de ler o
livro e colocar seus conselhos em prática.
Outro detalhe me deixou muito feliz ao conhecer A Verdade Nua e Crua:
muitas das informações que ele traz sobre a neuroquímica cerebral relacionada
com o sexo eu só havia encontrado num livro ainda não traduzido para o
português (confira minha resenha aqui). Tá certo que Hooked (o ótimo livro a que me
refiro) é ciência pura do começo ao fim e explica detalhadamente o
funcionamento de neurotransmissores como a ocitocina, a vasopressina, a
dopamina e a noradrenalina, mas o livro de Josh não deixa por menos, dispensa
os detalhes que provavelmente cansariam o leitor “médio” e extrai a essência
das pesquisas científicas. Enfim, traz o suficiente para convencer muitos
céticos e gente que anda em cima do muro, quando o assunto é sexo.
A Verdade Nua e Crua tem 39 capítulos que, na verdade, são respostas breves a perguntas
relacionadas a amor, sexo e relacionamento. Logo de início, os autores afirmam
que “o mundo reconhece que há fortes razões para se abster do sexo, mas Deus
não nos chama apenas à abstinência. Ele nos chama à pureza. [...] [E] pureza é
uma virtude. Não é simplesmente a escolha de evitar o sexo. É um compromisso de
viver de acordo com o projeto de Deus. Pureza significa dizer não ao sexo, mas
só para que você possa experimentá-lo no relacionamento de amor conjugal que
Deus criou” (p. 15, 16).
No capítulo 2, os autores procuram mostrar que a Bíblia tem uma visão
positiva do sexo. Citam Provérbios 5:19, em que Salomão fala sobre um encontro
físico que satisfaz e inebria; citam também o livro de Cantares, repleto de
descrições sensuais de cenas de amor entre um homem e uma mulher; e Paulo, que
recomenda o sexo com frequência entre pessoas casadas. Assim, “os versículos
que costumam retratar o sexo sob um aspecto negativo de fato não são sobre sexo.
Estão relacionados ao mau uso do sexo fora do projeto de Deus. [...] Deus não é
contra o sexo. Ele é tão a favor disso que deseja que todo homem e toda mulher
experimentem o sexo de acordo com Seu projeto original” (p. 18, 19).
No capítulo 3, os autores falam do “hormônio do amor”, a ocitocina,
neurotransmissor liberado pelo cérebro durante o ato sexual e/ou intimidades
físicas, e que produz sentimentos de empatia, confiança e profunda afeição. “O
propósito é criar um profundo laço ou vínculo humano”, explicam. “Mas há um
detalhe”, completam. “Pesquisas provam que o projeto de Deus para a intimidade
alcança seu melhor entre marido e mulher, sem outros parceiros sexuais.”
Exemplo citado pelos autores: um levantamento da Universidade de Chicago
revelou que casais monogâmicos casados registram os níveis mais altos de
satisfação sexual. Segundo o levantamento, 87% de todos os casais monogâmicos
casados relataram que são “extremamente” ou “muito” satisfeitos com seu
relacionamento sexual, e 85% se declararam “extremamente” ou “muito”
satisfeitos emocionalmente. “Em outras palavras, a ocitocina está fluindo no
cérebro de muitos casais casados!” (p. 22). Josh e Erin destacam ainda que os
menos satisfeitos física e emocionalmente são os solteiros e casados que têm
vários parceiros sexuais. “Quando esperamos até o casamento para fazer sexo,
estabelecemos um nível de intimidade inigualável” (p. 22). Talvez por isso o
número de separações seja maior entre casais cujas mulheres tiveram vida sexual
ativa antes do matrimônio.
Conclusão do capítulo: “Mulheres que iniciam precocemente a atividade
sexual e aquelas que têm vários parceiros são menos satisfeitas na vida sexual
do que as mulheres que se casam com pouca ou nenhuma experiência sexual. O
jornal USA Today chamou essa pesquisa de ‘vingança das senhoras da
igreja’” (p. 23).
O órgão sexual mais poderoso
No capítulo 6, Josh e Erin falam um pouco mais do órgão sexual mais
poderoso, o cérebro. Segundo eles (baseados em amplas pesquisas), o “cérebro
não se torna automatizado para fazer escolhas rápidas e prudentes sobre sexo
até que você esteja na faixa dos vinte anos. Neurocientistas descobriram que o
cérebro de adolescentes ainda estão amadurecendo em outras áreas também. Uma
das últimas partes do nosso cérebro a amadurecer é o sistema responsável por
juízos sensatos e [por] acalmar emoções descontroladas. É chamada de córtex
pré-frontal. [...] O sistema límbico [local em que ficam as emoções brutas]
lida com urgências e desejos. Só o córtex pré-frontal é capaz de fazer escolhas
coerentes com base em consequências futuras. Pense sobre isso desta forma: se o
sistema límbico é um leão faminto, o córtex pré-frontal é um domador de leões
bem treinado” (p. 33, 34).
Os autores reafirmam que “a mudança de funcionamento do sistema límbico
para o córtex pré-frontal não costuma estar completa até os 25 anos [...], mas
jovens nesse estágio de desenvolvimento estão tomando decisões sobre sexo que
terão consequências para o resto de suas vidas. [...] [Não é à toa] que quase
dois terços dos estudantes sexualmente ativos gostariam de ter esperado” (p.
34).
Essa informação mostra que os adolescentes precisam do aconselhamento de
adultos nos quais eles possam confiar. E quando esses adultos devem ter se
mostrado dignos dessa confiança? Exatamente na infância desses adolescentes.
Família é tudo!
A mídia, de modo geral, não está nem aí para essas coisas (como também
não está para os riscos do álcool, por exemplo). Fala apenas em “sexo seguro”
com preservativos (Josh voltará a esse assunto mais à frente). Mas “ninguém
desenvolveu um preservativo para a mente. Só Deus é capaz de proteger nosso
órgão sexual mais poderoso até que tenhamos aquele relacionamento no qual somos
capazes de desfrutar plenamente os prazeres mentais, emocionais e físicos que o
sexo pode dar” (p. 35).
No capítulo 7, os autores aprofundam o tema da neuroquímica. Eles
explicam que “o cérebro feminino recebe altas doses de ocitocina sempre que há
toque e abraços. A vasopressina é um hormônio que faz a mesma coisa no cérebro
masculino [isso é tratado em profundidade em Hooked]. No contexto de um
relacionamento de amor e compromisso, o cérebro libera níveis crescentes de
ocitocina e vasopressina para manter a segurança dos laços emocionais. Deus
projetou nosso corpo para reagir fisicamente à intimidade em longo prazo, e
essa resposta acontece no cérebro [permita-me um testemunho: depois de 15 anos
de casados, minha esposa e eu experimentamos muito mais intimidade hoje do que
antes; cada ano que passa o casamento fica mais gostoso]. Quando trocamos de
parceiros continuamente, os níveis de ocitocina diminuem e o cérebro não
funciona como esperado na liberação de ocitocina. Atividade sexual promíscua
gasta a produção de vasopressina no cérebro masculino, tornando os homens
insensíveis ao risco de relacionamentos de curto prazo. Sexo casual, sem
compromisso, pode mudar seu cérebro literalmente no sentido químico” (p. 37).
Ou seja, pessoas que não se preservam para o casamento ou que mantêm múltiplos
relacionamentos prévios (“ficam”) estão prejudicando o futuro relacionamento
com a pessoa com quem decidirão passar o resto da vida.
No contexto da química cerebral relacionada ao sexo, além da ocitocina e
da vasopressina, há também o hormônio do “bem-estar” chamado dopamina (depois a
gente fala da noradrenalina). “Se a ocitocina é a substância que nos diz que
estamos apaixonados, a dopamina diz: ‘Preciso de mais!’ Pesquisadores
detectaram níveis elevados de dopamina no cérebro de casais recém-apaixonados.
A dopamina estimula o desejo provocando uma torrente de prazer no cérebro” (p.
37).
Só que a dopamina é “neutra”. Ela é liberada, independentemente de a
causa ser construtiva/correta ou destrutiva/incorreta. Ela age como uma droga e
o cérebro sempre vai pedir mais. Daí por que Salomão fala em “embriaguez” com a
esposa (Pv 5:19). Se o sexo for praticado unicamente com o cônjuge, o(a)
companheiro(a) fica literalmente “viciado” no cônjuge. Mas e se não for?
Josh e Erin explicam: “Cada vez que você passa para outro
relacionamento, precisa ter um pouco mais de contato sexual a fim de satisfazer
o desejo do seu cérebro por dopamina [motivo pelo qual geralmente em um novo
relacionamento as intimidades partirão de onde foram interrompidas no relacionamento
anterior], e o efeito dos laços emocionais começa a se desestabilizar. Além
disso, pelo fato de a dopamina provocar uma intensa sensação de prazer, casais
sexualmente ativos com frequência substituem os sentimentos de afeição por essa
sensação de excitação. Seus relacionamentos se deterioram rapidamente quando
começam a buscar mais dopamina em vez de verdadeira intimidade” (p. 37, 38).
Assim, vale a pena esperar e se preservar porque, “quando o sexo é
reservado para o casamento, nosso cérebro ainda recebe doses de substâncias
neuroquímicas que tornam o sexo tão excitante, e nosso cérebro pode, então,
processar essas substâncias [ocitocina, vasopressina e dopamina] de maneira a
promover relacionamentos e reações saudáveis” (p. 38).
Lembra-se da noradrenalina? Se a ocitocina e a vasopressina são
“substâncias do amor” e a dopamina do prazer, a noradrenalina é a “substância
da memória”. Quando experimentamos algo muito emocional e sensorial, a
noradrenalina é liberada pelo cérebro e fixa essa recordação na memória. “Como
os encontros sexuais são bastante emocionais e sensoriais, seu cérebro responde
com uma dose dessa substância e fixa cada experiência em sua mente”, explicam
os autores. E afirmam ainda que, “quando não esperamos até o casamento para
fazer sexo, trazemos mentalmente nossos outros parceiros sexuais para o leito
conjugal” (p. 39), tornando difícil obedecer à recomendação de Hebreus 13:4.
O perigo real das DSTs
Os capítulos 8 a 18 tratam de um tema delicado e extremamente preocupante:
o aumento da incidência das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e suas
consequências devastadoras. É para assustar mesmo, porque a mídia popular –
mais uma vez – tenta colocar panos quentes sobre um tema grave, com a desculpa
de que as pessoas têm mais é que “curtir” a vida. Filmes, novelas, livros e
revistas ensinam um estilo de vida desregrado e glamourizam isso, sem mostrar o
que acontece depois, com uma frequência muito acima do que as campanhas
pelo “sexo seguro” estão dispostas a admitir.
Vamos aos fatos: “Nos anos 1960, médicos tratavam de duas principais
DSTs – sífilis e gonorreia. Essas duas doenças podiam ser curadas com uma
vacina. Hoje, os médicos reconhecem 25 DSTs principais, das quais 19 não têm
cura. Nos anos 1960, um em cada 60 adolescentes sexualmente ativos contraia uma
DST. Por volta dos anos 1970, esse número passou para um em cada 47. Hoje, um
em cada quatro adolescentes sexualmente ativos está infectado” (p. 40). É isto
mesmo o que você leu: um em cada quatro! E mais: “Em dois anos a partir de sua
primeira relação sexual, metade dos adolescentes são infectados com pelo menos
um das três DSTs comuns” (p. 40).
A DST mais comum é o HPV, ou papiloma vírus humano, transmitido
facilmente e nem sempre evitado por preservativos. O dado estarrecedor é que
80% por cento de todas as mulheres terão HPV quando estiverem com 50 anos e 70%
dos homens envolvidos sexualmente contraem HPV. Nos últimos cinco anos, o HPV
matou mais mulheres do que a aids, geralmente em decorrência do câncer do colo
uterino – e o número de mortes causadas por esse tipo de câncer tem aumentado
assustadoramente entre mulheres jovens. Além disso, estima-se que 30 a 40% dos
partos prematuros e mortes de bebês resultam de DSTs. “Se você escolher fazer
sexo fora do casamento durante a adolescência, seu risco de infecção é de pelo
menos 25% a cada ano. Se tivesse pelo menos uma chance em quatro de ser
atingido por um raio, ninguém sairia durante uma tempestade” (p. 62). Sexo seguro?
No capítulo 11 são apresentadas correlações entre DSTs e adolescência,
isso porque dois terços de todas as DSTs ocorrem com pessoas abaixo dos 25
anos; de cada cinco norte-americanos com HIV, três foram infectados na
adolescência; os adolescentes são dez vezes mais suscetíveis do que adultos à
doença inflamatória pélvica (DIP); em 2005, 50% dos casos de clamídia era em
adolescentes; em 2002, a gonorreia era doença infecciosa mais registrada entre
pessoas de 15 a 24 anos.
Mas por que os adolescentes são tão suscetíveis às DSTs? Para Josh e Erin
(baseados em pesquisas), são duas as respostas: biologia e comportamento.
As razões biológicas para a alta susceptibilidade dos jovens em relação
às DSTs estão relacionadas especialmente às mulheres. “No revestimento do colo
uterino, uma jovem tem grande quantidade de células chamadas ‘células
colunares’. Essas células estão expostas ao longo de todo o revestimento do
colo uterino. À medida que a jovem cresce, essas células colunares são cobertas
por células epiteliais escamosas. Essas células começam a formar camadas e, por
fim, cobrem completamente as células colunares. Mas esse processo não está
completo até que a mulher esteja em torno dos 25 anos” (p. 50, 51). Mas qual é
o problema? Este: as células colunares são muito receptivas (como uma esponja)
e qualquer doença que entrar em contato com elas acabará se fixando ali (as
células colunares são mais de 80% mais receptivas a infecções do que as células
epiteliais escamosas).
Assim, “uma garota de 15 anos tem uma em oito chances de desenvolver doença
inflamatória pélvica (DIP) simplesmente fazendo sexo, ao passo que uma mulher
de 24 anos tem apenas uma chance em oitenta na mesma situação. [...] Em geral,
uma adolescente é 80% mais vulnerável a contrair DST do que alguém acima dos 25
anos” (p. 50, 51). E, para piorar, as adolescentes tendem a escolher parceiros
sexuais mais velhos que, teoricamente, tiveram outras experiências sexuais com
mais probabilidade de estar infectados (mais de 87% dos casos de DSTs não
apresentam sintomas).
Pelo que se pode ver, a mulher frequentemente sai em maior desvantagem
quando o assunto é sexo promíscuo. Ela deveria, portanto, ser mais firme e
dizer não, levando em conta tudo o que está em jogo, no presente e no
futuro. E o homem com H maiúsculo também deve dizer não, a fim de
proteger a pessoa a quem ama (mesmo que ainda nem conheça essa pessoa).
Josh e Erin apontam uma “coincidência” interessante: as mudanças no colo
do útero de uma mulher acontecem na mesma fase da vida em que o cérebro passa
do sistema límbico (emoções brutas) para o córtex pré-frontal (tomada de
decisões morais). “Está claro que Deus nos preparou para o máximo do sexo
quando esperamos pelo seu tempo” (p. 51), concluem.
Além de a suposta proteção dos preservativos ser isto mesmo: suposta (já
que eles não protegem assim tão eficazmente contra as DSTs), “não há um
preservativo ou anticoncepcional no mercado que possa protegê-lo da influência
do sexo em seu corpo, cérebro ou coração. Deus deseja nos dar segurança
verdadeira com Seu projeto sem sexo fora do casamento. Somente o plano divino
para sua vida sexual oferece 100% de proteção. [...] Abstinência antes do
casamento e fidelidade durante o casamento são as únicas formas de garantir que
você não será infectado por uma DST” (p. 55, 70).
O ex-cirurgião geral Everett Koop disse para Josh: “Você precisa
adverti-los [os jovens] de que [a promiscuidade entre adolescentes] é algo
assustador. Hoje, se você mantiver relações sexuais com uma mulher, não está se
relacionando apenas com ela, mas com cada pessoa com quem essa mulher possa ter
mantido relações sexuais nos últimos dez anos [muitas DSTs podem ficar
incubadas por esse tempo], e com todas as pessoas com quem elas se
relacionaram” (p. 86).
Por isso, embora isso pareça fora de moda, os pais devem orientar seus
filhos a não namorar muito cedo. “Pesquisas provam que quanto mais cedo os
jovens começam a namorar, mais são propensos a se tornarem sexualmente ativos”
(p. 117). Veja só:
- Entre os que começam a namorar aos 12 anos, 91% fizeram sexo antes de
concluir o ensino médio.
- Dos que retardaram o namoro até os 15 anos, 40% perderam a virgindade
no ensino médio.
- Dos que esperaram até os 16 anos para começar a namorar, apenas 20%
fizeram sexo antes da graduação.
No capítulo 13, os autores mencionam duas histórias tristes e
representativas. Uma delas é a da menina que foi sexualmente ativa durante o
ensino médio. Ela nunca apresentou sintomas de DST e nunca fez exames. Vários
anos depois, encontrou o homem dos sonhos dela. Eles se casaram e tentaram
começar uma família, mas ela não conseguia engravidar. Quando foi ao médico, a
mulher descobriu que tinha DIP, causada por clamídia. Ela teve que voltar para
casa e contar para o marido que eles nunca teriam filhos.
A outra história é de um rapaz que perdeu a virgindade aos 15 anos com
uma garota a quem pensava amar. Dez anos mais tarde, ele aprendeu o que é o
verdadeiro amor ao encontrar a mulher de sua vida e se casar com ela. Ela se
casou virgem. Após vários anos de casados, a esposa descobriu que estava com
câncer de colo do útero, provavelmente causado pelo HPV que o marido lhe havia
transmitido sem saber. Embora ela tenha escolhido esperar, foi forçada a pagar
um alto preço porque ele não esperou.
Quer se proteger e a quem você vai amar pelo resto da vida? Não pratique
sexo antes do casamento. Espere por ele/ela. Depois de casado, vocês terão
muitos anos de vida sexual ativa e de sexo realmente seguro, puro e intenso.
Espere mais um pouco.
Saúde mental e pornografia
Como se não bastasse o perigo alarmante das DSTs, há também os riscos do
sexo não marital para a saúde mental. E é sobre isso que Josh e Erin falam no
capítulo 19, com mais dados impressionantes como estes:
- Adolescentes sexualmente ativas são 300% mais propensas a cometer
suicídio do que adolescentes virgens.
- Meninos sexualmente ativos na adolescência são 700% mais propensos ao
suicídio do que os rapazes que esperam.
- Mais de 25% das meninas sexualmente ativas entre 14 e 17 anos disseram
que se sentem deprimidas, comparadas a 7,7% das virgens.
- Aproximadamente dois terços dos adolescentes que fizeram sexo dizem
que desejariam ter esperado. “A culpa de ter cedido algo que não pode ser
recuperado pode durar mais do que qualquer outra consequência” (p. 75).
A Dra. Freda McKissic Bush, do Medical Institute for Sexual Health,
citada por Josh e Erin, diz que “com quanto mais pessoas você mantiver relações
[sexuais], mais dificuldade terá para formar relacionamentos saudáveis no
futuro, quando estiver pronto para estar com uma só pessoa” (p. 74).
Vale ou não a pena esperar? “O sexo após o casamento equivale à
segurança. O sexo fora do casamento leva à insegurança, culpa, vergonha,
depressão, desespero e sofrimento. [...] Todos os que praticam o sexo antes do
casamento estão roubando de seu futuro cônjuge uma área singular de crescimento
juntos como casal” (p. 75, 91).
Sobre a pornografia (assunto tratado no capítulo 37), os autores
comentam que o prazer gerado pela contemplação de imagens pornográficas também
está relacionado com a dopamina, o que acaba viciando as pessoas e fazendo com
elas se tornem dependentes de mais “doses” para obter prazer. A noradrenalina
agirá “prendendo” as imagens no cérebro, o que também causará problemas no
relacionamento sexual com o cônjuge.
Assim, desde cedo é preciso haver cuidado com a exposição a imagens de
conteúdo sexual. “Pesquisadores [...] observaram que adolescentes expostos a
muito conteúdo sexual na TV [...] são duas vezes mais propensos a fazer sexo no
ano seguinte do que os expostos a pouco conteúdo [dessa natureza]” [...], e que
“a pornografia [...] induz os jovens a buscar experiências sexuais” (p. 129).
Resumo de todos os males: “Sexo fora do casamento expõe as pessoas a
doenças; coloca-as em risco de ter filhos sem se casar; afeta de modo negativo
sua capacidade de criar vínculos; e pode levar à depressão, insegurança e
aumento da tendência ao suicídio. Monogamia mútua no contexto do casamento lhe
dá a liberdade para desfrutar dos prazeres do sexo sem nenhuma das
consequências citadas” (p. 96). Você quer livre ou escravo? Feliz ou infeliz? A
escolha é sua.
Errei, e agora?
A Bíblia diz que “tudo [Deus] fez formoso em seu tempo” (Ec 3:11,
grifo meu). Mas, e se você se adiantou e fez antes do tempo o que
deveria ter esperado para desfrutar somente no contexto matrimonial? E se você
nasceu num ambiente desfavorável e somente conheceu os princípios bíblicos depois
de ter cometido erros e caído em pecado? Não há mais esperança para você? A
fixação de memórias pela noradrenalina é um mal inapagável? Graças a Deus, não.
Em João 1:9, lemos: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”
(grifo meu). O primeiro passo, portanto, consiste em admitir que sua atividade
sexual antes e fora do casamento é pecado. Não se trata de um “erro” ou um
“deslize”. Não. É pecado. Depois é só confessar a Deus e pedir de
coração a purificação.
Em 2 Coríntios 5:17, lemos: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (grifo meu). Quando
aceita Jesus como Salvador, a pessoa renasce e deixa para trás as “coisas
velhas”. Ela pode dizer como Paulo: “Esquecendo-me das coisas que para trás
ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo” (Fp
3:13, 14). Claro que algumas consequências do comportamento irresponsável podem
acompanhar você por toda a vida – uma doença, a esterilidade ou mesmo um filho
–, mas o perdão e a purificação lhe são garantidos por Deus.
“Nossa cultura [evolucionista] ensina que o homem não é diferente dos
animais no sentido de que o sexo é uma necessidade que precisamos satisfazer. A
fim de seguir rumo à libertação do pecado sexual, é preciso entender que você
não é um animal. Você foi feito à imagem de Deus (Gn 1:26), logo seu desejo por
sexo não é como a experiência dos animais. Sua maior necessidade é por um
relacionamento de intimidade com Deus. Essa é uma importante verdade. Se você
tem procurado o sexo em vez de Deus para satisfazer sua maior necessidade, é provável que tenha enfrentado derrotas, porque está
tentando suprir uma necessidade espiritual com um prazer físico. [...] Peça que
Ele satisfaça os anseios do seu coração” (p. 136).
Leia A Verdade Nua e Crua e coloque em prática seus conselhos.
Seu presente e seu futuro agradecem.
Michelson Borges (Fonte: Projeto Original)
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