A leitura não está
ligada apenas à mudança de nossas perspectivas, mas também a um fator
fisiológico cerebral, foi o que descobriram os pesquisadores da Universidade de
Emory, em Atlanta (EUA), ao tentarem investigar o impacto de uma história em
nosso cérebro.
O teste procedeu-se da
seguinte maneira. Foram recrutados 21 estudantes para lerem um livro intitulado
Pompéia, de Robert Harris, lançado em 2003. Segundo o neurocientista
Gregory Bens, diretor do Centro de Emory, a escolha do livro foi devido a sua
narrativa instigante. Nos primeiros cinco dias, os alunos, em estado de
repouso, passaram por uma ressonância magnética funcional. Pelos nove dias
seguintes, leram uma parte do romance à noite até finalizá-lo. Por fim,
responderam algumas perguntas para comprovarem que realmente haviam lido o
romance e foram submetidos à nova ressonância.
Os resultados
mostraram elevada conectividade no córtex temporal esquerdo, área ligada à
percepção da linguagem. Além disso, uma região do motor sensorial do cérebro,
associado à capacidade de criar sensações para o corpo, também apresentou alta
conectividade; ou seja, se você pensar em correr, acabará ativando os neurônios
ligados a execução dessa atividade. Isso demonstra, por exemplo, que quando nos
colocamos no lugar do protagonista, há não apenas uma mudança psicológica, mas
também biológica no cérebro.
Contudo, esses
benefícios duraram apenas alguns dias nos estudantes. Bens sugere que os
resultados são variáveis, e que os romances favoritos de cada leitor podem ter
um efeito mais duradouro. Logo, é necessário continuar lendo para manter a
mente sempre afiada.
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