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A Mensagem na Escandinávia
A mensagem também floresceu de forma surpreendente no norte da Europa, nos países escandinavos, que era um conjunto de países que correspondem a Suécia, Noruega e Dinamarca (alguns poucos incluem a Finlândia juntamente):
“Na Escandinávia, também, a mensagem do advento foi proclamada e suscitou grande interesse. Muitos despertaram do descuidoso sentimento de segurança para confessar e abandonar seus pecados, buscando perdão em Cristo. O clero da igreja do Estado, porém, opôs-se ao movimento, e por meio de sua influência alguns que pregavam a mensagem foram lançados na prisão. Em muitos lugares, onde os pregadores da próxima vinda do Senhor foram desta maneira silenciados, Deus Se serviu enviar a mensagem de um modo miraculoso, por meio de criancinhas. Como fossem menores, a lei do Estado não as poderia proibir, e foi-lhes permitido falar sem serem molestadas.
O movimento ocorreu, principalmente, entre as classes mais humildes, e o povo reunia-se nas modestas moradas dos trabalhadores para ouvir a advertência. Os mesmos pregadores infantis eram na maior parte habitantes pobres de cabanas. Alguns deles não tinham mais de seis ou oito anos de idade; e, ao mesmo tempo que sua vida testificava que amavam o Salvador e procuravam viver em obediência aos santos mandamentos de Deus, manifestavam, de ordinário, apenas a habilidade e inteligência que geralmente se vêem nas crianças daquela idade. Quando se encontravam em pé diante do povo, evidenciava-se, entretanto, que eram movidos por uma influência acima dos seus dotes naturais. O tom da voz e as maneiras se transformavam, e com poder solene faziam a advertência do juízo, empregando as próprias palavras das Escrituras: "Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora de Seu juízo." Reprovavam os pecados do povo, não somente condenando a imoralidade e o vício, mas repreendendo o mundanismo e a apostasia, admoestando os ouvintes a que fugissem apressadamente da ira vindoura.
O povo ouvia com tremor. O Espírito convincente de Deus falava-lhes ao coração. Muitos eram levados a pesquisar as Escrituras com novo e mais profundo interesse; os intemperantes e imorais corrigiam-se; outros abandonavam as práticas desonestas, e fazia-se uma obra tão assinalada, que mesmo pastores da igreja do Estado eram obrigados a reconhecer que a mão de Deus estava no movimento.
Era vontade de Deus que as novas da vinda do Salvador fossem dadas nos países escandinavos; e, quando silenciou a voz de Seus servos, pôs Ele Seu Espírito sobre as crianças para que a obra pudesse cumprir-se. Quando Jesus Se aproximava de Jerusalém acompanhado das multidões jubilosas que, com brados de triunfo e agitação de ramos de palmeiras O aclamavam como Filho de Davi, os invejosos fariseus apelaram para Ele a fim de que as fizesse silenciar; Jesus, porém, respondeu que tudo aquilo era o cumprimento da profecia, e que, se aquelas vozes se calassem, as próprias pedras clamariam. O povo, intimidado pelas ameaças dos sacerdotes e príncipes, cessou com a alegre proclamação ao entrar pelas portas de Jerusalém; mas as crianças, nos pátios do templo, entoavam em seguida o estribilho e, agitando ramos de palmeira, clamavam: "Hosana ao Filho de Davi!" Mat. 21:8-16. Quando os fariseus, profundamente descontentes, Lhe disseram: "Ouves o que estes dizem?" - Jesus respondeu: "Sim; nunca lestes: pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?" Assim como Deus agiu por meio das crianças no tempo do primeiro advento de Cristo, também o fez ao dar a mensagem de Seu segundo advento. A Palavra de Deus deve cumprir-se para que a proclamação da vinda do Salvador seja feita a todos os povos, línguas e nações” (O Grande Conflito, págs. 366-368).
Encontramos mais alguns detalhes sobre a espantosa pregação de jovens e crianças no livro Portadores de Luz, páginas 27-28, em que é comentado que após a recusa das igrejas em discutir o tema da breve Volta de Cristo, diz que os: “Leigos começaram a proclamar a iminente hora do juízo divino em reuniões nos lares e nas florestas. Sendo que tais reuniões constituíam uma violação do decreto real, os jovens pregadores leigos foram detidos, espancados e aprisionados. Eles afirmavam que quando o Espírito de Deus vinha sobre eles, não podiam deixar de pregar e justificavam suas ações citando Joel 2 e Apocalipse 14:6-8. Particularmente, durante os anos de 1842 e 1843, muitas crianças e jovens, meninas e meninos, alguns tendo apenas seis anos de idade, discursavam sobre a segunda vinda e convidaram o povo ao arrependimento. Isso exercia um profundo impacto sobre muitos, principalmente entre o povo comum. Muitas dessas crianças eram analfabetas. Algumas pareciam pregar enquanto se achavam como em transe; o tom e a maneira de suas vozes mudavam completamente quando eram ‘subjugadas’ pelo Espírito”
Oh que forma esplendorosa e singular de pregação! Aonde se pode ver claramente a mão de Deus. Tal demonstração há de ser feita por ocasião do derramamento da chuva serôdia em maior magnitude.
Diversos Lugares
Há também informações sobre o povo da Tartária, lugar de etnia turca e mongol na Ásia central, no que hoje é o sudeste da atual Rússia:
“Outro missionário verificou existir crença semelhante na Tartária. Um sacerdote tártaro perguntou ao missionário quando Cristo viria pela segunda vez. Ao responder o missionário que nada sabia a respeito, o sacerdote pareceu ficar grandemente surpreso com tal ignorância em quem professava ser ensinador da Bíblia, e declarou sua própria crença baseada na profecia, de que Cristo viria aproximadamente em 1844” (O Grande Conflito, pág. 362).
A informação de diversos lugares em que a mensagem chegou em: Voice of the Church, por D. T. Taylor, pág. 342:
“Em Wurtemberg há uma colônia cristã com algumas centenas de membros, que aguardam o breve advento de Cristo. Também outra de igual crença nas margens do Cáspio. Os Molokaners, grande corpo de dissidentes da Igreja Grega Russa, que reside nas margens do Báltico, povo muito piedoso, de que se diz: ‘Tomando a Bíblia, por único credo, a única norma de sua fé são as Sagradas Escrituras! ’ – são caracterizados pela ‘expectativa do reino imediato e visível de Cristo sobre a Terra’! Na Rússia a doutrina da vinda e reino de Cristo é pregada em relativa extensão e aceita por muitos da classe operária. Tem sido extensamente ativada na Alemanha, em particular ao sul, entre os morávios. Na Noruega mapas e livros sobre o Advento têm circulado amplamente, e a doutrina foi recebida por muitos. Entre os tártaros, na Tartária, prevalece a expectativa do advento de Cristo por esse tempo. Publicações inglesas e americanas sobre esta doutrina têm sido enviadas para a Holanda, Alemanha, Índia, Irlanda, Constantinopla, Roma e para quase todas as estações missionárias do globo” (em As Profecias do Apocalipse, por U. Smith, pág. 261). [M. Borges]
Para ver a parte a sexta parte e última, clique aqui.
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