A enfermidade passou, mas o deixou com uma úlcera que não sarava na sua perna. E por fim aos doze anos de idade, com a volta de febre e com uma perna dura, o famoso cirurgião o Dr. Amós Twitchell, amputou a perna do menino durante uma operação de vinte minutos realizada sobre a mesa da cozinha da família Smith, não havendo anestesia na época e sendo ele ainda novo demais para tomar uísque (a anestesia daquela época) podemos imaginar que horror deve ter sido aqueles momentos de gritos do menino ecoando pela casa, e que dor! Deve ter ele sentido. Deus certamente deve ter enviado Seu melhor anjo-cirurgião, para ficar ao lado do Doutor, e guiar-lhe os pensamentos e atos enquanto realizava aquela primitiva cirurgia, e também para garantir que não resultasse numa infecção – a causa comum de mortes após uma cirurgia naquele tempo.
Numa carta escrita para J. F. Barbaret, na década de 1890, estava a descrição que ele mesmo fez do trágico evento: “Tive uma necrose óssea na minha perna aos quatro anos de idade. Aos doze vi-me com uma perna atrofiada e repuxada e um joelho rígido, e a febre manifestando-se novamente. Era evidente que a perna precisava ser cortada ou eu perderia a vida. Bem não sei de nada com que se possa cortar uma perna a não ser uma faca. Assim, foi usada uma faca, e não tenho problema desde então, exceto o incômodo de usar um membro artificial.” Interessante é que ele não parece ter-se perturbado, não há evidências de que teve qualquer depressão traumática ou perda de auto-estima. Aceitou o fato da vida, adaptando-se à situação, cresceu e se tornou um homem inteligente e bem ajustado, admirado e apreciado por todos os que o conheciam, estudou para ser professor, e foi oferecido um cargo de prestigio e bem remunerado de diretor de uma universidade. Mas ele renunciou ao mundo, para aceitar o chamado maior de Deus.
No verão de 1844 foi batizado, ainda menino, e sofreu a decepção de Jesus não ter vindo em 22 de outubro daquele ano. Depois disso não se interessou mais pelas coisas espirituais, até que com a morte de seu pai inesperadamente, os pensamentos dele se voltaram para o bem-estar espiritual, e começou a estudar a mensagem do advento. Em 1852 numa conferência em Washington, pela primeira vez ouviu Tiago e Ellen White falando, falaram claramente a razão para o desapontamento, e explicaram porque haviam adotado a guarda do sábado. Ele foi para casa impressionado, mas era muito cauteloso, então estudou o assunto durante três meses. Depois de uma árdua batalha com suas próprias ambições, posteriormente escreveu: “Um exame dos argumentos sobre nossa posição me convenceu plenamente a andar com os remanescentes, que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”.

Ele escreveu mais de 18 livros, além do bem conhecido livro “As Profecias de Daniel e Apocalipse” (vários títulos foram dados a este livro) tão clara são suas explicações no livro que foi considerado o campeão no entendimento das profecias, seu livro até hoje não foi ultrapassado, Ellen G. White escreve que livros como Patriarcas e Profetas, Grande Conflito (ambos dela) e o livro dele, deveriam ser vendidos porque eram exatamente a mensagem que o povo necessitava, diz ainda que neles existem preciosas instruções, e todo esforço deve ser feito para os pôr diante do povo. W. A. Spicer descreveu ele da seguinte maneira: “sempre calmo e sereno, jamais ansioso ou agitado”. É dito sobre ele também que ficava silencioso nas reuniões quando ouvia críticas. Raramente precisava desculpar-se por palavras insensatas – porque não as proferia. O são juízo e a capacidade de ponderar as coisas fizeram dele um sábio conselheiro, tanto em sua função oficial na igreja, como na vida pessoal.

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