quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O jornalismo oculto da Superinteressante

A revista Superinteressante do mês passado uniu na matéria de capa (mais uma vez) dois temas que vendem muito: vida de Jesus e mistério. Como já ocorreu em situações semelhantes nessa publicação, a matéria peca pela parcialidade das fontes: via de regra, a Super recorre a teólogos liberais e a arqueólogos agnósticos e/ou ateus. Na matéria “Os anos ocultos de Jesus”, a fonte principal é John Dominique Crossan, co-fundador do controverso Jesus Seminar. Logo de cara, Crossan, com o tom polêmico de sempre, “informa” aos repórteres da Super que “os autores de Mateus e Lucas [!], que se basearam em Marcos, parecem ter ficado constrangidos com a baixa formação de Jesus. E deram um jeito de melhorar a coisa. Mateus (13:55) diz que o pai de Jesus é que era tekton [“pedreiro”, não necessariamente “carpinteiro”, segundo a matéria]. E Lucas omitiu todo o versículo”. Assim, somos “informados” categoricamente pela revista sobre o “fato” de Jesus ter sido pedreiro e não carpinteiro, conforme a Bíblia. Bem, aí está o tom que perpassa a matéria.

A reportagem de um ângulo só também nos avisa de que Jesus teria sido discípulo de João Batista, muito embora reconheça que “os evangelhos não falam de João como mestre de Jesus”. E precisam? Pra que Bíblia, se temos a Superinteressante para nos dizer o que realmente aconteceu e nos ajudar a fazer a verdadeira interpretação dos ensinos escriturísticos?

Que evidências a revista apresenta para sustentar essa suposta relação discípulo-mestre entre Jesus e João? Ei-las: “Tal como João Batista, Jesus via o mundo dividido entre forças do bem e do mal. E anunciava que Deus logo interviria para acabar com o sofrimento e inaugurar uma era de bondade. Em suma: tanto um como o outro eram o que os pesquisadores chamam de ‘profetas apocalípticos’. E se os Evangelhos jogam tanta luz sobre João Batista (Lucas fala inclusive sobre o nascimento do profeta, assim como faz com Jesus), a possibilidade de que a relação deles tenha sido mais profunda é real.” Clique aqui para continuar a ler...

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