Agora a continuação e final do artigo de Bonita J. Shields. Caso o amigo internauta não tenha visto a primeira parte clique aqui
Desculpa N° 3: “Mas eis que me não crerão” (Êxodo 4:1).
Notemos isto: Deus acabara de assegurar a Moisés que os líderes do povo o ouviriam. Está ficando bem claro que Moisés não era um sujeito bem disposto. Contudo, Deus sabia que a fé de Moisés ainda precisava ser fortalecida. Assim Ele operou através dele para transformar uma vara numa cobra, para tornar sua mão leprosa e depois curá-la, e transformar água em sangue.
Não gostaríamos, por vezes, que Deus nos mostrasse sinais sobrenaturais, e então prometeríamos confiar nEle e obedecê-Lo? Sua Palavra parece não ser suficiente. Egito: eis que chegamos ao destino! Bem, não exatamente.
Desculpa N° 4: “Ah, Senhor! eu não sou homem eloqüente, nem de ontem, nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao Teu servo, porque sou pesado de boca, e pesado de língua. “(verso 10).
À luz do que estava acontecendo — Deus lhe prometera Sua companhia, assegurou-lhe do êxito de sua missão e forneceu-lhe sinais miraculosos — a relutância de Moisés não era um sinal de humildade ou reconhecimento da própria incapacidade. Ela revelou incredulidade na capacidade divina.
Quando recusamos a nos unir a Deus em Sua obra, estamos revelando falta de confiança em Sua habilidade de operar em nós. A Palavra de Deus é cheia de promessas e garantias de Sua presença e competência de agir em nós e por nós. Precisamos aprender a tomá-Lo pela Sua Palavra.
Houve tempos quando cheguei a perguntar a Deus, “Por que o Senhor me deu esta incumbência? Há tantas outras pessoas que não têm as fraquezas que eu tenho. Por que o Senhor não as usa?” Mas então vem a resposta: “A minha graça te basta porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Coríntios 12:9). Se nos sentimos fracos, limitados ou inadequados, somos o melhor instrumento mediante o qual o poder de Deus pode operar.
Isso não significa que Deus nos queira manter sob Sua tutela como fracos. Ele Se ocupa do crescimento das pessoas. Deseja que sejamos confiantes e tenhamos um forte senso de valor próprio. Contudo, em lugar de nossa confiança e sentimentos de valor virem de coisas ou de outras pessoas, eles devem ser o resultado de nosso relacionamento com Ele.
A resposta de Deus: “Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não Sou Eu, o Senhor? Vai, pois, agora, e Eu serei com tua boca, e te ensinarei o que hás de falar” (versos 11 e 12).
Aparentemente, Moisés não tinha compreendido bem que o Deus que criou sua boca, ouvidos e olhos era plenamente capaz de fazê-los funcionar. Por vezes nos esquecemos de que estamos lidando com o Criador do Universo.
Agora, Deus ordena que Moisés vá e promete estar com ele. Está Moisés pronto?
Desculpa N° 5: “Ah, Senhor! envia por mão daquele a quem Tu hás de enviar” (verso 13).
Em nossa tradução tais palavras soam como uma queixa, mas no original hebraico repercute como rudeza: “Por favor, envia por mão daquele a quem tu hás de enviar.” Em outras palavras: “Não gostaria de dar essa informação a uma pessoa que vai aceitar o encargo?”
Quando Deus contestou todas as desculpas de Moisés, seus motivos secretos foram revelados: Ele não queria a designação. Acho que Moisés queria unir-se a Deus em Sua obra — apenas tinha dificuldade em crer que Deus poderia torná-lo suficientemente capaz para o trabalho.
O mesmo que sucede com muitos de nós. Quando somos relutantes em obedecer a Deus, não é que não queremos. É que não nos sentimos suficientemente capazes. Mas é aí que precisamos tomar a Deus em Sua palavra. Precisamos confiar nEle o bastante para crer que Ele é capaz de nos qualificar para a obra à qual nos chama. E quando estamos dispostos a avançar pela fé e a obedecê-Lo, vamos sentir a Deus como nunca antes.
A resposta de Deus: “Que tal teu irmão Aarão?” (verso 14).
Deus estabeleceu um relacionamento com Moisés. Ele desejava que Moisés se unisse a Ele na obra em favor de Seu povo. Assim o Senhor estava disposto a encontrar-Se com Moisés justamente onde esse se achava. Infelizmente, o poder que Deus prometeu a Moisés não lhe foi suficiente. Ele somente aquiesceu quando a ajuda de uma criatura finita lhe foi oferecida. Moisés falaria mediante Aarão e isso o limitava em sua obra.
O que acontece com você? Tem você se valido de qualquer das desculpas de Moisés no diálogo com Deus? Está tendo dificuldade de confiar que Ele é capaz de qualificá-lo para o trabalho ao qual o chamou?
Se Deus quisesse criaturas perfeitas para cooperar com Ele, poderia ter usado anjos. Mas, em vez disso, Ele nos escolheu. Se permitirmos que o Senhor trabalhe por nosso intermédio, tornar-nos-emos uma evidência inquestionável de Seu poder. Pela obediência, Moisés tornou-se um líder poderoso — poderoso o suficiente para mudar o curso da história. Ainda mais importante: ele se tornou um possante homem de fé, que participou com Deus da história da salvação e que foi ressuscitado e levado para o céu porque Deus o considerou “Seu amigo” (Êxodo 33:11).
Você está em boa companhia.
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