domingo, 7 de novembro de 2010

As Cinco Desculpas de Moisés

por Bonita J. Shields:

Para a mente de uma criança, a igreja de minha cidade natal era enorme. Lembro-me da longa escada que levava até a minha sala de escola sabatina. O salão social era vasto porque lá podíamos até jogar “futebol de caranguejo”. O playground era a última palavra.

Quando ainda na adolescência, subitamente percebi que minha igreja não era tão grande. Não era a menor igreja, mas definitivamente também não era a grande estrutura que eu imaginara em minha infância.

A vida de fé de Moisés não começou em Hebreus 11, o “Quem é Quem da Fé”. Ela se iniciou junto a um arbusto ardente, em conversa com Deus. Moisés não disse ousadamente: “Sim, Senhor, que Tua vontade seja feita”. A conversa foi mais ou menos como: “Senhor, não podes enviar outra pessoa?”

A imagem poderosa de um príncipe egípcio, profeta e chefe militar que libertou milhões de pessoas da escravatura é aquela que nos vem das histórias de nossa infância. Víamos a figura de um caráter supra-real e pensávamos: “Puxa! Nunca poderia ser como ele”. Mas uma leitura acurada da narrativa bíblica nos ajuda a ver Moisés sob luz mais realista. É essa imagem, sem diminuir o impacto que ela teve na história do mundo e da salvação, que me dá esperança, coragem e fé.

Moisés cresceu como um príncipe do Egito, mas fugiu de Faraó depois de se ter interposto numa briga entre um hebreu e um egípcio e matado esse último. Tendo ficado exilado no deserto por cerca de 40 anos, Moisés, com 80 anos a esta altura da narrativa, estava pastoreando ovelhas próximo ao monte Horebe, quando viu algo estranho. Chamas subiam de um arbusto, mas esse não se queimava. Ao Moisés aproximar-se do arbusto, ouviu uma voz chamando-o pelo nome. A voz identificou quem falava: “Eu Sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó.” Deus, então, participou Seu plano a Moisés: Ele tinha ouvido os clamores de Seu povo por causa da opressão da escravidão egípcia, e viera para resolver a situação. O Senhor queria que Moisés se unisse a Ele na libertação do povo (Êxodo 3:7-10). Neste ponto, Moisés começou a apresentar uma série de desculpas, algumas das quais podem parecer familiares a você.

Desculpa N° 1: “Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (verso 11).
Boa pergunta. Moisés tinha estado apascentando ovelhas durante 40 anos, e o pensamento de um pastor, a quem os egípcios desprezavam, ir falar com um rei era contrário ao protocolo usual.

A resposta de Deus: “Eu irei contigo; e isto te será por sinal de que Eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte” (verso 12).

Deus não somente prometeu Sua presença; Ele também deu a Moisés a certeza de que sua missão seria bem-sucedida. Mesmo na presença de um rei terrestre, ele não tinha razão para temer ou sentir-se inferior. Contudo, Moisés não entendeu a coisa dessa maneira.

Desculpa N° 2: “Eis que quando for aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o Seu nome? Que lhes direi?” (verso 13).

Outra boa interrogação. Se você for dizer a centenas de milhares de pessoas que foi convidado a comandar sua libertação, seria bom ter o nome da pessoa de quem você recebeu tal autoridade. Também, os nomes eram muito importantes para a mentalidade semita, porque descreviam o caráter do indivíduo.

A resposta de Deus: “Eu Sou o que Sou” (verso 14).

Nas Escrituras, depois de Deus Se ter revelado a Seu povo, eles freqüentemente O descreviam de uma nova maneira, à medida que O iam conhecendo (ver, por exemplo, Salmo 140:7, “meu forte libertador”; Salmo 71:5, “minha esperança”; II Coríntios 1:3, “Deus de toda consolação”). Os judeus sempre reconheceram Eu Sou como o nome que distinguia o Deus verdadeiro dos deuses falsos. Não havia engano sobre quem enviava Moisés em sua missão. Deus não apenas disse quem Ele era, mas também exatamente a quem falar, o que dizer, e lhe deu a garantia de que eles o ouviriam. Agora Moisés está pronto para sua missão. Bem, ainda não!

Amanhã veja a última parte do artigo com as restantes desculpas de Moisés e a solução final de Deus.

Um comentário:

  1. Muito bom o assunto q vc está expondo Matheus...Parabéns pelo seu blog!
    Bianca Borges

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